Qua, 08/05/2024 - 09:02
A denúncia é do Grupo do Partido Socialista (PS) na Assembleia Municipal de Mirandela (AMM) que diz ter conhecimento de alguma pressão para forçar a retirada das cirurgias programadas na área da Otorrino e Oftalmologia do hospital de Mirandela para os Blocos dos hospitais de Macedo de Cavaleiros e Bragança.
Depois do encerramento do serviço de urgência de cirurgia geral, há sete meses - na altura anunciado como sendo temporário, mas que ainda não foi reaberto – agora poderá estar em marcha mais uma retirada de serviços da unidade hospitalar de Mirandela.
Pelo menos é o que denuncia o presidente da junta de freguesia de Mirandela. “Estamos preocupados com aquilo que pode vir a ser uma delapidação ainda maior do nosso hospital de Mirandela e neste caso a possível retirada daquilo que é a cirurgia programada, a cirurgia de ambulatório, nomeadamente nas especialidades de otorrino e oftalmologia, para outros hospitais da região, nomeadamente Macedo de Cavaleiros e Bragança”, refere Luís Carlos Soares.
O também deputado municipal do PS estranha que esta situação possa vir a acontecer, tanto mais que “estamos a falar de uma unidade que supostamente é o cluster do ambulatório, um serviço de excelência que garante a prestação de cuidados de saúde em cirurgia programada à população do distrito de Bragança. Como é que é possível haver algum tipo de movimentação para uma retirada de serviços. É completamente inaceitável”, adianta.
Luís Soares não contém a indignação. “Se é uma ULS, não é só retirar serviços do hospital de Mirandela. Porque é que também não vão a outros hospitais, como Macedo e Bragança, que têm um número significativo em áreas de medicina interna e de cirurgia, e porque não podem ser recolocados mediante as necessidades neste hospital, porque é que só acontece o contrário”, questiona.
Perante este cenário, o Grupo municipal do PS apresentou a moção “Pela manutenção, valorização e melhoria dos serviços de saúde em Mirandela”, que foi aprovada, por unanimidade, na última reunião da AMM, e que reivindica “a manutenção e valorização do Bloco Ambulatório do Hospital de Mirandela com as especialidades presentes e se possível o seu reforço na área da cirurgia programada".
Além disso, a moção solicita a contratação especifica para o Hospital de Mirandela em áreas de especialidade médica da Pediatria, Medicina Interna, Cirurgia, Otorrino e Oftalmologia entre outras.
Solicita também a abertura do internamento domiciliário com equipas dedicadas do Hospital de Mirandela. “É obrigatório que as unidades hospitalares possam contemplar e o hospital de Mirandela ainda não tem essa valência”, adianta Luís Carlos Soares.
A moção já foi enviada para à Administração da ULS do Nordeste, Direção Executiva do SNS, Ministra da Saúde e a todos os Grupos Parlamentares na Assembleia da República.
Até ao momento ainda não foi possível obter qualquer esclarecimento por parte da administração da ULS Nordeste.
Escrito por Terra Quente (CIR)