Câmara de Carrazeda pede um milhão de euros de indemnização à EDP

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Ter, 11/05/2010 - 09:17


A Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães exige à EDP um milhão de euros como compensação pelos prejuízos que a construção da barragem do Tua vai causar ao concelho. É uma das reivindicações constantes numa carta enviada àquela empresa e ao secretário de Estado do Ambiente.  

O autarca justifica a pretensão dizendo que “é pela compensação da localização da barragem bem como pela destruição da fauna, flora e do património natural que constitui o vale do Tua sendo que a maioria deste património é pertença do concelho de Carrazeda”.

José Luís Correia acrescenta que “a EDP deve quantificar o apoio a disponibilizar ou a forma de colaboração para a recuperação e dinamização da Caldas de São Lourenço como forma de promover a existência de turismo e saúde de bem-estar”.

 

A autarquia de Carrazeda também reclama que a EDP se responsabilize pelo transporte público e que estude a possibilidade de construir um novo troço de caminho-de-ferro alternativo ao que vai ser submerso pela barragem.

Caso por razões financeiras seja inviável, a Câmara contrapõe com novas vias rodoviárias.

“A câmara defende uma alternativa rodoviária sem custos de manutenção que passará pela requalificar da EN314 da Brunheda ao Pombal e da via municipal do Pombal ao São Lourenço” refere.

 

Por outro lado, fala também na “construção de uma via panorâmica ao longo do vale do Tua nas proximidades da albufeira. De São Lourenço a barragem deve haver ligação à actual EN108”. O autarca considera que “o impacte visual destas estradas será sempre reduzido quando comparado com a construção da barragem” sendo que “esta solução permite a oferta de um serviço de transporte flexível, conformável e rápido com todas as oportunidade desenvolvimento que a barragem possa gerar”.

 

Segundo José Luís Correia, pretende-se ainda que os estradões que vão ser criados na margem do seu concelho para acessos à zona onde vai ser construído o paredão da barragem sejam transformados em estrada rodoviária.

“Nós defendemos a sua manutenção e requalificação à EN214” ou seja, “eles têm que fazer acessos na nossa margem para construir o paredão prevendo que tudo seja renatura lizado, mas nós queremos que continue, seja requalificado e continue até ao concelho de Alijó”.

 

Numa reunião recentemente realizada em Murça, os cinco municípios do vale do Tua (Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor), enviaram um caderno reivindicativo, no qual exigem compensações justas para os concelhos, no caso da construção da barragem vir a ser uma certeza.

Reivindicam que três por cento do valor líquido anual médio da produção sirva para constituir um fundo de financiamento da futura agência de desenvolvimento do vale do Tua.

E que este fundo financie projectos nos cinco concelhos.

Escrito por CIR