Qua, 11/06/2025 - 09:52
A flor da oliveira está queimada, em várias zonas da região, por causa dos dias de calor intenso, que chegaram, repentinamente, após vários dias com temperaturas pouco próprias do passado mês de maio, ou seja, baixas.
Nas zonas intermédias da região, em que as oliveiras estavam em plena floração, sobretudo na Terra Quente Transmontana, o calor arrasou algumas flores. Nas zonas mais quentes, em que a floração já tinha ocorrido não houve problemas e nas zonas mais frias a floração ainda não estava a acontecer e por isso também não há danos a registar.
Ainda assim, a situação nas zonas afetadas, segundo Francisco Pavão, presidente da Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro, “não é de todo desastrosa” e “só 2 a 5% das flores de oliveira é que dão fruto”.
Tendo em conta que o tempo é cada vez mais incerto, defende que a grande necessidade é apostar em seguros. “Tem que existir um sistema de seguros que abranja todo o ciclo cultural, desde a floração até à colheita, o que infelizmente não acontece. Nós há vários anos temos pedido uma reestruturação do sistema de seguros”, lamentou.
O produtor Luís Ferro, do concelho de Mirandela, não encontrou um quadro calamitoso nos seus olivais. Ainda assim, está receoso com estes fenómenos. “O tempo cada vez está mais instável. À noite chegam a registar-se temperaturas abaixo de 8º C, o que é complicado para a floração da oliveira. Depois, no dia seguinte, somos capazes de ter temperaturas em algumas zonas que quase atingem os 40º C e tudo indica que vamos ter campanhas cada vez mais irregulares”, explicou.
O concelho de Vimioso livrou-se deste problema porque a floração não estava a acontecer quando o calor chegou, mas, segundo Adrião Rodrigues, de uma empresa de transformação de azeite, que espera que a campanha seja boa, o grande problema é o preço. “As campanhas estão a ser cada vez maiores, a nível de plantações, mas os azeites têm baixado de preço diariamente. O custo de venda está inferior ao custo de compra”, lamentou.
O calor repentino arrasou a flor, em algumas regiões mais quentes do distrito, mas apenas 2 a 5% destas dão fruto e, por isso, para já, não há alarme.
Nas zonas intermédias da região, em que as oliveiras estavam em plena floração, sobretudo na Terra Quente Transmontana, o calor provocou o “abortamento de algumas flores”.