Bloco de Esquerda defende apoio aos transportes ajustado às regiões de baixa densidade

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Ter, 18/02/2020 - 10:32


O Bloco de Esquerda quer que seja criado um programa de apoio aos transportes públicos adaptado às diferentes regiões. 

Ontem, após uma reunião pedida pelo grupo parlamentar do BE e pela estrutura distrital do partido à Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), a deputada Isabel Pires, afirmou que considera que o Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART) “foi uma boa decisão e trouxe grandes vantagens”, mas defendeu que “não pode existir um modelo de programa uniforme para todo o país, tem de ser adaptado consoante as regiões”. “A densidade populacional muito baixa, implica modelos de rede de transporte completamente diferente de outros territórios. Não é apenas o número de pessoas que vai determinar os custos que os municípios têm, mas acima de tudo a existência ou não de uma rede, que tipo de horário e frequências são necessárias nestes locais, se é só para escolar, se para casa/trabalho, é preciso fazer esse mapa todo”, acrescentou Isabel Pires.

Quanto às críticas iniciais da falta de financiamento para o PART, a deputada afirma que é preciso perceber para onde se direcionam a verbas e aplicá-las de modo diferente em cada realidade. “Existindo uma verba suficiente para responder ao custo que o utente tem, se calhar, por outro lado, não existe o suficiente para os municípios poderem responder aos custos que têm de ser pagos aos operadores que estão a fazer este serviço. É preciso perceber para onde se direccionam a verbas”, defendeu.

O presidente da CIM-TTM, Artur Nunes, concorda que é necessário ter em conta as especificidades do território como a baixa densidade populacional e a dispersão geográfica e também quer que “o PART não tenha como critério único a população e que tenha em conta os territórios com grande dispersão geográfica, como é o caso das Terras de Trás-os-Montes”, pedindo a garantia do “maior apoio para que os transportes em territórios de baixa densidade sejam tendencialmente gratuitos”.

Artur Nunes viu vantagens no PART tanto por ter aumentado os utilizadores como por ter permitido identificar os problemas nos transportes, ressaltando “os problemas ao nível da organização, do funcionamento, dos preços”, tendo sido possível perceber que havia “um grande descontrolo a este nível”. Artur Nunes afiança que o PART trouxe “mais clientes para o transporte regular e público”, com as reduções dos preços dos bilhetes

A redução do preço dos bilhetes nos transportes na CIM TTM chegou a ser de 90% e actualmente é de 25%.

O presidente da CIM espera que o projecto da rede de transportes da Comunidade Intermunicipal crie um sistema “mais eficiente”.

A CIM prevê adjudicar o projecto, que inclui transporte a pedido, ainda este ano, já que espera lançar o concurso público para propostas de operadores no primeiro trimestre do ano, aguardando apenas parecer da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes. Escrito por Brigantia.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro