Bienal de Cerveira em Alfândega para homenagear José Rodrigues

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Ter, 12/06/2018 - 11:42


Alfândega da Fé vai ter um Pólo da Bienal de Cerveira. A iniciativa chega a Alfândega da Fé a 11 de Agosto, para assinalar os 40 anos de existência da mais antiga mostra cultural da Península Ibérica. 

Ágata Rodrigues, directora da Fundação José Rodrigues e filha do escultor com raízes em Alfandega da Fé, explica que “a partir a proposta do município de intensificar o trabalho ligado ao escultor, pensou-se criar sinergias que tivessem a ver com José Rodrigues, que foi um dos fundadores da Bienal, por isso teria todo o cabimento criar um pólo aqui”.

A exposição que chegará a Alfândega vai chamar-se “20 artistas na casa”. O pólo, que se instalará na casa da cultura que tem o nome do artista, vai permanecer durante dois meses, “mais tempo do que a Bienal, para poder chegar à comunidade escolar” e será uma curadoria de artistas que já participaram ao longo destes 40 anos na Bienal. Haverá ainda outras surpresas que serão reveladas em Agosto, no entanto, é já certo que a colaboração com a iniciativa cultural de Vila Nova de Cerveira vai perdurar, esperando-se que de 2 em 2 anos haja sempre em Alfândega da Fé um pólo.

Segundo Berta Nunes, autarca local, a iniciativa faz parte do “objectivo de preservar a memória do mestre José Rodrigues”. “O mestre José Rodrigues é uma figura que merece ser recordada, estudada e valorizada e ainda há muito para se descobrir na sua obra extensa. Sabemos que ao promover a ligação ao mestre estamos a tornar Alfândega um território com mais notoriedade e com essa componente cultural importante para a atracção dos territórios”, destacou.

Durante os três dias da Festa da Cereja, realizaram-se várias oficinas de arte, orientadas por artistas ligados à Bienal.

Teatro e as Serras com pólo em Bornes

Um dos projectos vencedores do Orçamento Participativo de 2017, com um apoio de 90 mil euros, “O Teatro e as Serras”, iniciativa da companhia Filandorra, foi apresentado na Festa da Cereja. O Pólo de Criação da Serra de Bornes vai ser o primeiro instalado, de entre os cinco existentes: Padrela, Alvão/Marão, Gerês e Montesinho. “Foi em Alfândega que o projecto foi escrito. À Serra de Bornes liga-se o conceito de Pires Cabral”, já que integra um conto do autor, cuja obra servirá de base para o trabalho que ao longo de 6 meses vai envolver as comunidades locais, explicou David Carvalho, director da companhia. O espectáculo criado, que estreia em Novembro, em Sambade, será apresentado em aldeias e vilas, mas também em grandes centros urbanos ou no estrangeiro.

O Director Regional da Cultura do Norte, António Ponte, considera que este projecto é um exemplo de cultura “que parte e regressa à comunidade”.

O responsável salientou que este ano o OPP tem mais 2 milhões para apoiar projectos, ascendendo a verba disponível total a 5 milhões de euros, e se em 2017 houve 500 candidaturas, este ano são já quase 700.

Escrito por Brigantia 

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro