Qua, 28/05/2025 - 09:07
A vespa da galha do castanheiro está a atacar de forma “severa” os soutos de algumas aldeias do concelho de Bragança.
Depois de dois anos com a praga praticamente controlada, agora volta a surgir em força.
Lindolfo Afonso, um dos maiores produtores de castanha da região, queixa-se do aumento da vespa. “Estive num souto que tem cerca de oito hectares e está cravado de vespa. Os mais temporãs, os bravos nem se fala, já têm bastante. A produção este ano vai ser fraca”, lamentou.
Este ano previa-se que a vespa atacasse e pudesse aumentar o número de castanheiros com a praga. No entanto, o especialista e professor do Politécnico de Bragança, Albino Bento, confessa que não esperava que a situação fosse tão grave nas freguesias de Carragosa, Parâmio e Espinhosela. “Sobretudo em algumas variedades está ataque severo. A variedade Zeive, que é muito sensível, está com ataque muito elevado”, adiantou.
Devido ao ataque, alguns produtores de castanha podem mesmo chegar a ter quebras de 50% na campanha deste ano. “Tive em Fontes, num souto da variedade Zeive, e nesse souto vai ter impacto, tem um ataque muito severo, há de ter uma redução de produção para metade ou menos”, assegurou, explicando que “todos os gomos e folhas” estão atacados pela vespa da galha do castanheiro.
Ainda assim, Albino Bento acredita que estas situações serão pontuais e que na região as quebras rondarão os 10 a 20%. Para controlar a praga são feitas largadas do parasitoide que se alimenta da vespa. Albino Bento explica que este trabalho deve ser feito com regularidade, tendo em conta a relação entre vespa e parasitoide.
A vespa da galha do castanheiro foi detetada, pela primeira vez, em 2017 no distrito de Bragança e no ano seguinte começaram a ser feitas largadas. Até agora já foram feitas “mais de duas mil”. Durante este mês de maio estava previsto fazer 70 largadas em Vinhais, cinco em Macedo de Cavaleiros, quatro em Mogadouro e 130 em Bragança.
Escrito por Brigantia