Qua, 01/08/2012 - 16:59
Três especialistas do Comité do Património Mundial da UNESCO vieram analisar os impactos provocados pelos trabalhos de construção da barragem, entre os concelhos de Alijó e Carrazeda de Ansiães.Hoje de manhã reuniram no Museu do Douro, na Régua, com os representantes de associações ambientalistas que sempre se mostraram contra a construção do aproveitamento hidroeléctrico.À saída do encontro, Manuela Cunha, dirigente do Partido Ecologista Os Verdes, voltou a defender a paragem das obras.“É preciso parar a barragem, é preciso salvar o vale do Tua, é preciso parar os impactos que a barragem tem sobre o Alto Douro Vinhateiro”, refere, considerando que “não há maneira de minimizar os impactos na barragem, nem com projectos de grandes ou pequenos arquitectos. Se a barragem for para a frente uma ferida fica aberta e será um exemplo negativo que vai desautorizar qualquer proibição no futuro”. Também o dirigente da Quercus, em Vila Real, defendeu a paragem da construção da barragem do Tua, acredita que a UNESCO lhes dará razão.“Fico bem claro que a sociedade civil se opõe à construção desta barragem”, afirma João Branco, acrescentando que “a UNESCO vai fazer o que tem de fazer para manter a integridade da paisagem do Douro, património mundial”. “Não há volta a dar”, considera. “O Governo já devia ter parado a barragem há muito tempo, até antes de terem começado as obras. Só não o fez porque não quis”, salienta.A reunião da manhã de hoje, no Peso da Régua, com a missão da UNESCO que está por estes dias no Douro é a última esperança das associações ambientalistas para parar de vez a construção da barragem do Tua.Ontem, a missão da UNESCO visitou o local onde decorrem as obras da barragem, acompanhada pelo presidente executivo da EDP, António Mexia. A visita ao Douro foi agendada após a última reunião do Comité do Património Mundial da UNESCO, que decorreu em São Petersburgo, Rússia, e durante o qual foi aprovado um abrandamento significativo das obras da barragem, em alternativa à suspensão das mesmas.
Este ritmo de trabalhos vai manter-se até à apresentação do relatório da missão da UNESCO, que deverá estar pronto até ao final do ano.
Escrito por Ansiães (CIR)