Ter, 05/12/2023 - 08:51
Em Arcas, no concelho de Macedo de Cavaleiros, a tradição ligada aos mascarados esteve perdida algumas décadas mas foi recentemente recuperada.
Este ano, pela primeira vez, a aldeia vai receber a Galhofa, um festival dedicado a esta tradição.
Nelson Peixeiro, presidente do Núcleo de Costumes e Tradições de Arcas, diz que há cada vez mais homens interessados em vestir-se de careto e esta recuperação segue a bom ritmo. “Os mais novos têm mostrado interesse em nos acompanhar. Por exemplo, começámos com zero fatos, hoje temos 12. Não temos 12 caretos nos eventos, mas temos 8 ou 10, mas vamos chegar aos 12 ou aos 15 e é isso que nós queremos”, afirmou.
O festival decorre de 22 a 26 deste mês, explica José Jecas, presidente da junta de freguesia de Arcas. “Inicia no dia 22 com a tradicional ceia de Natal da freguesia, depois seguido do solstício, desde fogo, queimadas. No dia 23 teremos uma série de grupos de caretos convidados da nossa região, mas também de Espanha. Nos dias 24, 25 e 26 são as tradições dos nossos caretos, que são as tais galhofas”, disse.
Na região têm-se feito os possíveis para recuperar várias tradições perdidas ligadas aos caretos e às festas de inverno. “Macedo de Cavaleiros é conhecido pelos caretos de Podence, contudo há também em Arcas a Festa do Santo Estevão, com bastante relevância e com bastante valor. No meu entendimento quer dizer que as comunidades que tinham essas festas e as perderam notaram que algo lhes faz falta. Era uma festa que era muito importante, provavelmente mais importante que as próprias festas de verão”, frisou António Tiza, presidente da Academia Ibérica da Máscara.
Benjamim Rodrigues, presidente da câmara de Macedo, diz-se satisfeito pela recuperação desta tradição, que se vem juntar a outras, como os caretos de Podence, e engrandecer o concelho.
O festival, que decorre em Arcas, de 22 a 26 de Dezembro, foi apresentado no domingo, na localidade, onde também foi inaugurada uma exposição fotográfica – “Viagem Pelo Mundo da Máscara”, de Mercedes Saavedra.
Escrito por Brigantia