Ajuda de vizinhos pode ser alternativa a institucionalização de idosos

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Ter, 29/12/2009 - 09:53


Os vizinhos podem vir a tornar-se o apoio dos idosos. A ideia já é praticada no Brasil e pode ser aplicada em Portugal. O objectivo é fazer permanecer os idosos no seu meio natural o máximo de tempo possível, sem ter de os institucionalizar.  

No entanto, quando já não há familiares por perto, o apoio da vizinhança pode ser uma solução.

Esta é já uma das ajudas prestadas no Brasil e que foi dada a conhecer ontem em Bragança, numa conferência organizada pela Escola Superior de Saúde.

“Esse apoio da vizinhança é feito por uma coordenação da Assistência Social com núcleos que são criados” explica Marisa Domingues, docente de gerontologia na Universidade de São Paulo. “Os vizinhos podem prestar alguma ajuda aos idosos como é o caso de dar uma refeição, comprar um alimento, ajudar em tarefas domésticas” adianta. “São coisas simples, mas que fazem a diferença entre ter uma pessoa em casa ou ter de a colocar num abrigo” salienta. Os vizinhos não são compensados financeiramente pelos serviços que prestam, “é mais um apoio solidário”.

 

Marisa Domingues acrescenta que esta solução pode sair mais barata ao Estado. “Seria ideal para não gastar tanto dinheiro” considera. Mas para que isso aconteça, “tem de haver um investimento público para as que as pessoas da comunidade saibam o que fazer, pois têm de ter uma orientação”.

 

Esta conferência, foi organizada no âmbito do Núcleo de Investigação e Intervenção do Idoso da Escola Superior de Saúde de Bragança e que existe há meio ano.

Fernando Pereira, coordenador do núcleo, aplaude a ideia mas entende que há muito mais a fazer.

“Apesar dos quilómetros de distância, a realidade não é assim tão distinta entre Portugal e Brasil no que respeita aos sistemas de apoio aos idosos” refere, acrescentando que “Trás-os-Montes até já é reconhecido pelas suas estratégias de solidariedade baseada em laços de vizinhança”. Mas por outro lado, “esse sistema também está a entrar em colapso e o que podemos fazer é trocar ideias e ver estratégias para o futuro, no sentido de aproveitar esse apoio” avança Fernando Pereira”.

 

O Núcleo está também a preparar a realização de um congresso para daqui de um mês, sobre esta temática.

Escrito por Brigantia