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Acidente com vítima mortal gera indignação por não ter havido assistência directa do hospital

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Sex, 13/05/2022 - 19:20


Um automobilista que passou no local onde tinha acabado de acontecer o acidente, que, na madrugada da passada quarta-feira, vitimou um homem de 26 anos, em Mirandela, está revoltado porque não entende como não foi prestada rapidamente a assistência à vítima pelos profissionais de saúde do hospital, a escassos metros do local do acidente, em vez do procedimento habitual, via 112, que demora sempre mais algum tempo, diz Viriato Madureira.

Confrontados com estes argumentos, Instituto Nacional de Emergência Médica, entidade responsável pela emergência pré-hospitalar, e a Unidade Local de Saúde do Nordeste, que gere os hospitais e os centros de saúde do distrito, ambos afirmam que o procedimento, neste caso concreto, foi o correto.

Em resposta escrita à nossa redação, a Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) começa por dizer que, dentro do perímetro hospitalar todos os cuidados são da responsabilidade dos respectivos Serviços de Urgência”, mas, afirma que os meios intra-hospitalares “não estão preparados nem vocacionados para prestar cuidados em ambiente extra-hospitalar. Esses cuidados de excelência são efetuados pelas equipas de emergência pré-hospitalar”, adianta a nota

Todos os cuidados prestados fora do perímetro hospitalar “devem ser coordenados pelo Sistema Integrado de Emergência Médica, após a deteção e uma vez dado o alerta através do número de telefone de emergência 112”, disponibilizando a ULS Nordeste, “após acionamento, os seus meios pré-hospitalares”, no caso concreto de Mirandela, a ambulância SIV (Suporte Imediato de Vida), explica a entidade que gere os serviços de urgência na região, afirmando que esta “é a única forma de garantir cuidados de excelência que podem maximizar a sobrevida das vítimas de trauma ou patologia médica”.

A ULS Nordeste termina a sua resposta, sublinhando que “não se trata de desburocratizar mas sim garantir os melhores cuidados a todos os doentes urgentes ou emergentes, em ambiente hospitalar e extra-hospitalar que têm profissionais dedicados e preparados para cada uma destas áreas”, conclui a nota escrita.

Sobre o mesmo assunto, o INEM responde que o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) “recebeu uma chamada às 01h38 horas, a dar conta de um acidente” e que acionou para o local a Ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Mirandela um minuto depois, “às 01h39 horas”. 24 minutos depois, “Às 02h03, a tripulação da SIV informou o CODU que já se encontrava em deslocação para o Serviço de urgência do hospital com a vítima do acidente”. 

Analisando estes tempos, e considerando que a ocorrência teve lugar nas imediações do hospital de Mirandela, “os relatos de que o socorro demorou mais de 30 minutos não são precisos”, diz o INEM. “O utente já tinha sido assistido, devidamente estabilizado no local do acidente por uma equipa diferenciada, e transportado à unidade de saúde”, adianta a nota escrita.

O INEM explica que todas as ocorrências de emergência médica pré-hospitalar “devem ser triadas pelo CODU acessível aos cidadãos através do Número Europeu de Emergência -112” e que “compete aos CODU atender e avaliar no mais curto espaço de tempo os pedidos de socorro recebidos, com o objetivo de determinar os recursos necessários e mais adequados a cada caso. O seu funcionamento é assegurado, 24 horas por dia, por equipas de profissionais qualificados (Médicos, Técnicos e Psicólogos) com formação específica para efetuar o atendimento, triagem, aconselhamento, seleção e envio de meios de socorro”.

O INEM termina, referindo que os meios de emergência “são selecionados de forma criteriosa de acordo com a situação clínica das vítimas, a proximidade do local da ocorrência e a acessibilidade ao local da ocorrência”.

INEM e ULS Nordeste a garantirem que foi cumprido o protocolo na ativação dos meios de socorro no caso do acidente de viação que causou a morte a um jovem de 26 anos, em Mirandela, na madrugada da passada quarta-feira. Escrito por Terra Quente (CIR).