Qui, 22/07/2021 - 08:57
A Unidade Local de Saúde do Nordeste ainda não implementou o Programa de Reabilitação Respiratória, apesar de já ter sido aprovada, no final de 2019, a candidatura deste projeto no valor de 175 mil euros, financiado em 120 mil euros pela Fundação EDP.
A ULS do Nordeste diz que os constrangimentos motivados pela pandemia da Covid-19 levaram ao adiamento da implementação deste programa, mas espera que possa avançar nos centros de saúde, até ao final deste ano.
Em 2019, foi aprovada uma candidatura à Fundação EDP, no valor de 175 mil euros, para um projeto de Reabilitação Respiratória em utentes com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) para desenvolver em todo o distrito de Bragança.
O projeto que teve a parceria do IPB e da própria ULS Nordeste para a elaboração da candidatura, financiado em 120 mil euros pela Fundação EDP, devia ter sido implementado em 2020, para a ULS Nordeste equipar todos os centros de saúde do distrito e ainda para a aquisição de duas viaturas. Mas, até agora ainda não foi implementado e existe o receio de que o financiamento venha a perder-se e que estes utentes fiquem sem cuidados.
Ao que apuramos, no distrito de Bragança estão identificados à volta de 700 utentes que padecem desta doença, mas deve haver mais casos, já que há uma taxa muito baixa de espirometrias, o exame que confirma esta patologia.
O que é certo, é que estão, desde janeiro de 2020, sem os cuidados que lhes deviam ser prestados e estamos a falar de doentes do foro respiratório que facilmente podem cair numa unidade de cuidados intensivos e não resistirem.
O projeto devia ser desenvolvido num período de 2 anos, ou seja, até dezembro deste ano de 2021.
A fundação EDP tem pedido relatórios trimestrais, mas a resposta tem sido sempre a mesma: não foi desenvolvida qualquer atividade no âmbito da pandemia Covid-19.
Confrontada com o assunto, a administração da ULSNE respondeu, por escrito, referindo que o Programa de Reabilitação Respiratória em Utentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica em Ambulatório “ainda não foi iniciado, ao contrário do previsto, e conforme a informação regular facultada junto da entidade financiadora, na sequência de constrangimentos motivados pelo surgimento e pelo prolongamento da pandemia de COVID-19, ainda em curso”, pode ler-se.
A ULS do Nordeste sublinha que o projeto “foi esboçado, apresentado e aprovado externamente em 2019, antes da ocorrência no país de casos de infeção por Sars-CoV-2, pelo que se verificou uma situação de total imprevisibilidade, a qual veio obrigar ao condicionamento de toda a atividade assistencial na área da saúde, incluindo a da ULS do Nordeste”, citamos.
Para além disso, a administração lembra que no âmbito da resposta à pandemia, “iniciou-se em dezembro de 2020 a execução do Plano Nacional de Vacinação contra a COVID-19, atualmente em vigência, o qual tem mobilizado um vasto conjunto de meios, nomeadamente humanos”.
A ULS do Nordeste diz que tem informado periodicamente a Fundação EDP destes factos e que aquela entidade “tem manifestado o seu entendimento no que respeita aos motivos relacionados com a prorrogação”, acrescenta.
A finalizar, a ULS do Nordeste diz estar ciente da importância da implementação deste projeto na sua área de abrangência, e que “mantém a firme intenção de o levar a cabo, logo que sejam ultrapassados os constrangimentos motivados pela pandemia e que estejam reunidas as condições necessárias para o seu início, esperando-se que, se possível, ainda em 2021”, conclui.
O programa de reabilitação respiratória continua por implementar no distrito de Bragança, apesar de a candidatura já ter sido aprovada no final de 2019. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica constitui uma das principais causas de morbilidade crónica, de perda de qualidade de vida e de mortalidade.
Escrito por Terra Quente (CIR)