Qua, 22/03/2023 - 10:40
José Pires, que foi presidente daquela junta entre 2013 e 2017, estava acusado do crime de abuso de poder. O Ministério Público acusou-o de nos dois últimos anos de mandato ter concebido um esquema tendo em vista o seu enriquecimento pessoal.
José Pires, que à época foi eleito pelo PSD e agora é líder do Chega em Bragança, terá ordenado pagamentos em seu proveito, com o reembolso de despesas pessoais, nomeadamente com refeições e combustível. O tribunal de Bragança entendeu que o ex-presidente estava autorizado, pelo executivo e pela assembleia de freguesia, a utilizar o veículo próprio ao serviço e a realizar despesas mensais até ao valor de 20 mil euros.
Em 2017, nas eleições autárquicas, o PSD escolheu o nome de Telmo Afonso para candidato, sendo que José Pires se candidatou pelo movimento “Força da União”, mas perdeu. O presidente que lhe sucedeu anunciou uma auditoria às contas da autarquia mas a Inspeção-Geral das Finanças não teve disponibilidade para a fazer. Assim, encaminhou algumas questões que entendeu suspeitas para o Ministério Público, que fez a acusação.
Contactado, José Pires não quis prestar declarações gravadas. Disse apenas que “foi feita justiça” e que “a sentença é clara”.
Recorde-se que, em Fevereiro de 2019, José Pires disse, à Rádio Brigantia, que manifestou, de imediato, “disposição para esclarecer qualquer assunto”, quando Telmo Afonso anunciou a auditoria, sendo que não haveria nada a “temer nem a esconder”.
À época, Telmo Afonso explicou que havia pagamentos sem nenhum ajuste directo realizado.
Em Dezembro de 2018, José Pires e os eleitos pelo movimento “Força da União” renunciaram ao mandato como membros da Assembleia de Freguesia, em discordância com o plano e orçamento para 2019, alegando que o documento era uma cópia quase integral do de São Sebastião, uma freguesia do concelho de Setúbal.
Escrito por Brigantia