Qui, 16/05/2019 - 12:12
No evento, depois de apresentados os escritores que irão participar, nota-se fraca presença de autores do distrito. Questionado sobre o assunto, o presidente da câmara, alega que não é o município que define inteiramente quem se convida a estar presente. Hernâni Dias reitera ainda que estarão representados através de uma colectânea intitulada “Rostos de Terra”, que reúne mais de 50 textos de autores transmontanos. “Nós temos vindo a apostar no Festival Literário de Bragança numa organização conjunta entre a câmara e a Academia de Letras de Trás-os-Montes, com uma especial colaboração da Editorial Novembro, a quem contratamos alguns serviços. A própria direcção da Academia faz o trabalho no sentido de, se não seleccionar, pelo menos, tentar perceber a disponibilidade dos seus associados para estarem presentes na iniciativa. Não é o município, de forma autoritária, que vai definir quais os autores que a Academia terá que aqui ter presentes. Estarão representados mais de 50 autores, uma vez que o livro que vai ser apresentado é uma colectânea de mais de 50 autores por isso estarão aqui muitos, seguramente, representados”.
Abordada sobre o mesmo assunto, Carla Guerreiro, em representação da direcção da Academia de Letras de Trás-os-Montes, explicou que tentam convidar o máximo possível de escritores transmontanos. Ernesto Rodrigues e A.M. Pires Cabral, não figuram, por exemplo, nesta colectânea a apresentar mas Carla Guerreiro justifica adiantado que eles não enviaram textos. “Considero que os escritores transmontanos estão o melhor possível representados. Nós tentamos trazer um grande número de pessoas que se têm notabilizado nos mais variados géneros literários. Dentro da sua disponibilidade para estar presentes, tentamos trazer um bocadinho das várias regiões de que este Trás-os-Montes se compõe e dar voz, sobretudo, àqueles que têm uma vez menos consolidada em termos nacionais para que possam estar presentes neste festival. Não há absolutamente ruptura nenhuma”.
No evento estarão presentes, entre a próxima quarta a sexta-feira, diversos autores nacionais e internacionais. Pretende-se também que a iniciativa assuma uma vertente de inclusão social. À semelhança do ano passado volta ao meio rural, com a iniciativa “O Escritor vai à Aldeia”. Mas não fica por aqui, este ano, pela primeira vez, estará também presente nos estabelecimentos prisionais, tanto de Bragança como de Izeda, com a iniciativa “Encontro com o Escritor”, conforme refere ainda Hernâni Dias. “É um evento que vai contar com a presença de variadíssimos escritores de renome nacional e internacional e este ano, de forma particular, entendemos democratizar um pouco mais o evento levando-o aos estabelecimentos prisionais, como o de Izeda e de Bragança. Vamos ter encontros nas escolas e vamos levá-lo também, novamente, às aldeias”.
O objectivo do festival é consolidar e promover hábitos de leitura, elevando o nível de literacia no concelho. A iniciativa contará ainda com o “Livros com Histórias à Solta”, que inclui o Minifestival do Livro Infantojuvenil. Pelo festival passam, este ano, nomes como: João Tordo, Nuno Amado, Bruno Vieira Amaral, Elisabete Esteves e Maria João Fialho Gouveia.
Escrito por Brigantia