Seg, 22/09/2014 - 18:44
Tudo começou com uma cesariana, em maio de 2008, durante a qual esta antiga cabeleira contraiu uma infecção nosocomial e que segundo a queixa não foi prontamente diagnosticada.
Daí para a frente foi um calvário de três anos e meio, com dezenas de intervenções cirúrgicas, primeiro no Hospital de Bragança e depois no de Santo António, no Porto, O caso está agora em tribunal.
Depois de 76 cirurgias na sequência de uma infecção generalizada, Filipa Madeira, de Vila Flor, meteu o Hospital de Bragança em tribunal. Exige 891.500 euros de indemnização por “grave negligência e incúria médica”, mas esta culpa já foi rejeitada pela Inspeção-Geral das Actividades em Saúde. Tudo começou com uma cesariana, em maio de 2008, durante a qual esta antiga cabeleira contraiu uma infecção nosocomial e que segundo a queixa não foi prontamente diagnosticada.
Em Junho deste ano, a advogada de Filipa Madeira deu entrada com um processo no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela. Nele exige uma indemnização de 891.500 mil euros, referente a danos morais, físicos e patrimoniais, resultantes da infecção contraída após a cesariana.
Segundo o processo, “após a infecção hospitalar pós cirúrgica, que só ao hospital e profissionais que nele laboram pode ser imputada, sobressai que não foram votados à Filipa a atenção e cuidados necessários, atempados e adequados para evitar a Sépsis grave e respectivas consequências”.
Filipa Madeira diz ter provas em como o atendimento que lhe fizeram foi negligente.
“Acho que não fui tratada da melhor forma no Hospital de Bragança. Fui tratada como lixo, foi assim que me senti”.
Filipa Madeira tem agora 32 anos. Diz que não consegue trabalhar, nem na sua profissão nem noutra qualquer, já que não pode fazer o mínimo esforço abdominal, já que apenas dois milímetros de pele separam os intestinos do exterior. É o resultado das dezenas de operações e remoção de tecidos podres a que foi sujeita. Isto para além de muitas mais complicações físicas e psicológicas.
Filipa procura agora em tribunal uma compensação para uma vida virada do avesso e para os sonhos destruídos.
“O dinheiro não me vai fazer recuperar aquilo que eu perdia, a parte mais feliz para uma mãe que é ver o filho crescer…”, salienta a utente.
Como ainda não teve alta definitiva, Filipa continua a ser seguida no Hospital de Santo António, no Porto, que já considera a sua segunda casa.
O Hospital de Bragança remete para o relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde que, no final de junho de 2009, mandou arquivar o processo de averiguações mandado abrir em julho de 2008 e que exigiu peritagens médicas das especialidades de Ginecologia/Obstetrícia e de Cirurgia Geral. O inquérito foi arquivado por não terem sido apuradas condutas merecedoras de censura jurídico-disciplinar por parte dos profissionais de saúde que assistiram a doente, quer do Hospital de Bragança, quer do Hospital de Santo António.
Escrito por Ansiães (CIR)