A unidade Médico-Cirúrgica do hospital de Mirandela não cumpre os requisitos obrigatórios

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Qua, 07/02/2018 - 11:16


Em causa está o funcionamento da urgência Médico-Cirúrgica do Hospital de Mirandela que não dispõe dos meios obrigatórios e nem profissionais para esta valência hospitalar 

O Bastonário da Ordem dos Médicos avisa que vai até às últimas consequências para obrigar o Ministério da Saúde a dotar a Urgência Médico-Cirúrgica do hospital de Mirandela de meios obrigatórios e os profissionais que constam da listagem obrigatória num serviço com esta classificação.

O assunto já tinha sido denunciado pelo anterior Bastonário da Ordem dos Médicos, no Verão de 2014, quando, após uma visita às unidades hospitalares do distrito de Bragança, avisou que iria solicitar à Inspeção-Geral das Actividades em Saúde uma investigação sobre o funcionamento da urgência médico-cirúrgica do hospital de Mirandela, alegando que o serviço não tinha os recursos exigidos para funcionar como médico-cirúrgica e por isso considerar que os utentes estavam a ser lesados.
A queixa não teve qualquer tipo de consequências, mas o actual bastonário, Miguel Guimarães, diz que está atento ao assunto até porque Mirandela não é caso único.

“Neste momento, a tipologia dos serviços de vários hospitais não está a ser respeitada, não é só o caso do Hospital de Mirandela. O Hospital de Vila Real tem uma urgência apelidada de polivalente, porque uma urgência polivalente significa ter uma série de valências que o Hospital de Vila Real não tem. O mesmo está a acontecer com Mirandela, numa área tão importante como é o caso da cirurgia”, afirma Miguel Guimarães

O Bastonário garante que vai voltar a recolher informações junto dos médicos para perceber se as lacunas continuam a verificar-se e se isso acontecer promete ir até às últimas consequências para obrigar o Ministério da Saúde a dotar a Urgência Médico-Cirúrgica do hospital de Mirandela com todas valências e recursos humanos que constam da listagem obrigatória num serviço com esta classificação.

“Estamos outra vez a recolher uma série de informações relativamente aos hospitais e também aos centros de saúde que é para perceber o que não está mal e para que aquilo e que já foi corrigido, para ter outro tipo de intervenção com outras consequências” intervém o Bastonário da Ordem dos Médicos

No Verão de 2011, a administração decidiu transferir para Bragança o cirurgião que estava de prevenção em Mirandela, das 14 às 24 horas, transformando aquela urgência num mero serviço de atendimento que, em caso de necessidade de intervenção cirúrgica o doente tem de ser transferido para Bragança.
Em Março de 2013, o Hospital de Mirandela deixou de ter anestesiologistas de serviço entre a meia-noite e as oito da manhã.
Esta situação, levou mesmo o Município, em 2010, a avançar com uma ação contra o Estado, por incumprimento do protocolo, mas da qual ainda não teve resposta.

Escrito por: Terra Quente
Fotos Créditos: Hospital de São João