Qui, 14/02/2013 - 11:01
Segundo a edição desta semana do Jornal Nordeste, em 2011, a médica recebeu cerca de 85 mil euros. 42 mil euros referem-se a um contrato de prestação de serviços e o restante foi pago por relatórios não contratualizados. A especialista em causa é filha do deputado do PSD, Adão Silva, e pertence ao quadro da Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Além da ULS do Nordeste, também presta serviço no Hospital da Boavista e no Serviço Médico de Imagem Computorizada, ambos no Porto.Catarina Silva foi contratada em 2010, pelo então Centro Hospitalar do Nordeste, após o pedido de reforma antecipada de Telmo Moreno, o único profissional desta especialidade que prestava serviço na Unidade Hospitalar de Bragança.O caso já foi levado à Assembleia Municipal de Bragança, pela mão do PS e do Bloco de Esquerda, que questionaram a ULS do Nordeste sobre a remuneração da médica. Posteriormente, um comunicado anónimo começou a circular no Hospital de Bragança, o que motivou a reacção da administração, liderada por António Marçôa. Num documento interno, a que o Jornal Nordeste teve acesso, o presidente do conselho de administração da ULSNE confirma o vencimento de Catarina Silva. E diz que a referida médica tem um contrato de prestação de serviços mensal com a ULS do Nordeste de 3.500 euros mensais.António Marçôa esclarece que é um contrato que remonta a 2010, que decorreu da extrema necessidade de um médico radiologista, por reforma antecipada - e, por esse motivo, legalmente impossibilitado de manter a colaboração com o ex-Centro Hospitalar do Nordeste- do único profissional dessa especialidade na Unidade Hospitalar de Bragança.Segundo o presidente do conselho de administração da ULS do Nordeste, os cerca de 85 mil euros pagos à profissional relativamente ao trabalho prestado em 2011 correspondeu à realização e relato de 3 337 exames.De acordo com António Marçôa, a ULS do Nordeste só poderá avançar com a internalização do serviço de Imagiologia com a admissão de pelo menos dois médicos radiologistas, a tempo inteiro, na Unidade Hospitalar de Bragança.A ULS do Nordeste abriu recentemente uma vaga para esta especialidade, no Concurso de Vagas Carenciadas Hospitalares, mas ninguém concorreu a este lugar.
A Brigantia tentou chegar à fala com o presidente da ULS do Nordeste, mas António Marçôa escusou-se a prestar declarações gravadas sobre o assunto e remeteu todos os esclarecimentos para o documento que enviou aos colaboradores da ULS do Nordeste e à Assembleia Municipal de Bragança.
Escrito por Brigantia