Seg, 16/02/2009 - 08:24
Siega Verde tem características diferentes do Côa.
No sítio espanhol há 600 gravuras ao longo de um quilómetro do vale do rio Águeda, enquanto no Côa há vários milhares nos 17 quilómetros de extensão do Parque.
Apesar do grosso das representações gravadas em painéis de xisto serem, em ambos os lados, comuns ao período Paleolítico, o legado pré-histórico abraça outras épocas, num e noutro sítio, diferenciadamente, o que os vai tornar complementares.
Neste contexto, o director do património cultural da Junta de Castela e Leão encara o Parque Arqueológico do Vale do Côa como um sócio de excelência para uma grande empresa cultural, que ultrapassa fronteiras.
“Temos de ser capazes de trabalhar juntos por um bem cultural com as possibilidades que temos de desenvolvimento” refere Enrique Saiz acrescentando que “quando há interesses comuns ultrapassam-se todas as dificuldades”.
Siega Verde está também em fase de candidatura à Unesco para também ser considerado património mundial.
Para o vice-presidente do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) esta parceria dá dimensão internacional ao Côa.
“A criação destas sinergias vai permitir divulgar o património, em termos turísticos, junto das populações de ambos os lados com grandes vantagens para Portugal” refere João Cunha Ribeiro.
Por isso mesmo, já está em marcha a criação de itinerários culturais com pontos de interesse conjunto, bem como a realização de encontros científicos e exposições de rua em várias cidades dos dois lados da fronteira.
De resto, desde sexta-feira, está patente na sede do Parque Arqueológico do Vale do Côa uma mostra de fotografia de gravuras dos dois sítios.
Escrito por CIR