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Obras na prisão de Bragança perturbam moradores e não é conhecido o projecto da empreitada

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Qui, 08/10/2020 - 09:17


As obras no Estabelecimento Prisional de Bragança estão a perturbar os moradores vizinhos.

A empreitada começou há dois anos, mas há quem não entenda o que está a ser feito. Segundo Manuel Henrique, que reside nas imediações da cadeia, considera que os anexos construídos não correspondem às características urbanísticas da cidade.

“Têm feito vários anexos atrás, entre a cadeia e a escola. Não só de pequenas dimensões, como de grandes dimensões. Eu acho estranho que a câmara deixe fazer aquilo, sem ter um projecto, nem nada, porque não me parece que tenha projecto algum”, referiu.

Em 2016 a câmara de Bragança pagou um projecto de intervenção naquele estabelecimento. Passaria pela ampliação do estabelecimento e rondava os 700 mil euros. Precisamente um ano depois, o projecto que a câmara tinha “oferecido” acabou por ficar na gaveta. Na altura o responsável pela Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais descartou este projecto e referiu que o estabelecimento prisional iria sofrer apenas pequenas intervenções. Apesar de tudo, apurou-se que as obras avançaram e não se ficaram pelos pequenos ajustes como havia dito Celso Manata. Manuel Henrique entende que não faz sentido esta ampliação, tendo em conta a dimensão do estabelecimento prisional de Izeda.

“Acho estranho estarem a fazer aqui ampliações enormes, quando temos Izeda com centenas de milhares de metros quadrados subaproveitados e onde gastaram milhares de milhares de euros. Eu não percebo como continuam a usar esta prisão no meio da cidade, parece que alguém tem interesse em manter-se aqui”, afirmou o morador.

Uma fonte próxima da câmara de Bragança referiu que o projecto do município, que cumpria todas as normas legais, não se terá realizado devido à falta de financiamento. Adiantou ainda que, desta forma, as obras, “bem ou mal feitas”, serão da responsabilidade do estabelecimento prisional e da tutela.

Em resposta ao Jornal Nordeste, a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais referiu que a sobrelotação de reclusos “implicou a ocupação e adaptação de diversos espaços” e, por isso, os espaços requeridos foram “soluções de recurso e improvisadas”. Adiantou ainda que, nesta intervenção, a Câmara Municipal de Bragança tem dado “apoio com assessoria técnica e com a disponibilização de máquinas”. Quanto às perguntas se “obras respeitam as normas de segurança e eficácia funcional estabelecidas para a generalidade das estruturas públicas e se há garantias de que, em situação de emergência, os veículos de socorro têm acesso a todo o edificado” não houve qualquer resposta.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais