Medidas para o sector do leite vistas como escassas

PUB.

Sex, 11/09/2015 - 12:01


 As medidas anunciadas ontem para o sector do leite são consideradas insuficientes pelas associações que representam os produtores da região. A Ministra da Agricultura, Assunção Cristas, comunicou ontem medidas como a isenção de pagamento à segurança social por três meses, a antecipação dos pagamentos ligados sector leiteiro que seriam feitos em Dezembro, e a criação de uma linha de crédito bonificado.

Para o presidente da Associação de Produtores de Leite do Planalto Mirandês, João Henriques, as medidas são insuficientes e algumas podem mesmo ser prejudiciais.
“A isenção é uma ajuda mas não chega, nós preferíamos que o preço do leite aumentasse. Os créditos ainda pode ser pior”, refere o representante destes agricultores
A situação no sector do leite, produção que na região ainda subsiste no planalto Mirandês, tem vindo a deteriorar-se com o fim das quotas leiteiras, medida que contribuiu para a diminuição do preço pago ao produtor.
Desde Março o preço já diminuiu e há alguns produtores a abandonar as explorações, em alguns casos em 10 cêntimos.
Mário Abreu Lima, vice-presidente da CAP, a Confederação dos Agricultores de Portugal, defende “uma reestruturação no sector e uma solução que imponha preços mínimos obrigatórios”.
Maria Antónia Figueiredo, Secretária-geral Adjunta da CONFAGRI – a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, considera que as medidas podem ajudar, mas não resolvem só por si, a situação do sector leiteiro na região e defende novas medidas, como a retirada do excesso do mercado.
O conselho de ministro aprovou ontem um conjunto de medidas para o sector leiteiro, particularmente em crise após a extinção das quotas leiteiras que diminuíram o preço pago ao produtor por litro de leite, e também afectado com o embargo russo.
A situação é agravada ainda pela seca que se regista, visto que está a obrigar os agricultores a usar já as forragens reservadas para o inverno. Escrito por Brigantia.