Desemprego aumentou em Mirandela no último ano

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Qui, 17/02/2011 - 09:55


O número de inscritos no centro de emprego de Mirandela, que abrange ainda os concelhos de Vila Flor e Carrazeda de Ansiães, aumentou cerca de 21% no último ano. Os números são do próprio Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) que contrariam o relatório da CCDRN, divulgado no final de 2010, que avançava com um aumento de 35% de desempregados, só no concelho de Mirandela.  

Os dados referem-se ao período compreendido entre Novembro de 2009 e o mesmo mês de 2010.

Durante esse ano, o centro de emprego de Mirandela teve 315 novas inscrições de desempregados, num universo de 1231 inscritos, mas são números relativos também aos concelhos de Carrazeda de Ansiães e Vila Flor que também integram a área geográfica deste centro de emprego.

“Existem aqui dados estatísticos diferenciados porque relativamente aos dados publicados pelo INE diz respeito à taxa de desemprego enquanto que os dados do IEFP dizem respeito ao número de inscritos” explica.

 

A directora do centro de emprego de Mirandela explica ainda que este crescimento, mais significativo nas mulheres, em situações de novo emprego, no grupo etário dos 35 aos 55 anos, com o ensino secundário completo, é justificado pelo aumento da escolaridade com o sucesso obtido pela iniciativa Novas Oportunidades.

 

Júlia Rodrigues avança quatro razões para o aumento do número de inscritos no centro de emprego de Mirandela.

“Uma delas é a conjuntura económica desfavorável especialmente na Europa traduzindo-se num número de inscritos provenientes de países em recessão económica” aponta. Por outro lado, “pela proximidade geográfica o concelho de Mirandela também foi afectado pela crise da construção civil em Espanha”. Além isso “as dificuldades financeiras das micro-empresas locais nomeadamente no comercio tradicional e que se manifesta pela redução da mão-de-obra contratada”.

Outro factor é “o abandono da agricultura de subsistência que levou à inscrição de mais mulheres” bem como “o incremento da inscrição de pessoas licenciadas que regressam a casa após a conclusão dos estudos superiores fora da região e pela dificuldade que têm em obter emprego nos grandes centros”.

 

Júlia Rodrigues faz questão de destacar o trabalho do centro de emprego de Mirandela que superou a maioria dos objectivos previstos para 2010, tendo intensificado o número de visitas a empresas, sendo expectável que esta estratégia tenha efeitos positivos no ano de 2011, na diminuição de números de inscritos.

Outra área a promover durante este ano é a do empreendedorismo.

“Há uma linha de apoio para desempregados e também um ninho de empresas que acolhe a custos simbólicos todos aqueles que queiram um espaço na zona industrial e que permite instalar novas empresas a custos reduzidos” explica.

 

A directora do centro de emprego de Mirandela sublinha que 10% dos inscritos são desempregados de longa duração e também tem aumentado as inscrições de imigrantes sobretudo oriundos de países do Leste europeu, Brasil e de países africanos de língua oficial portuguesa.

Escrito por CIR