Sex, 15/12/2023 - 10:00
Cerca de 120 máscaras de 19 artesãos estão expostas no Centro Cultural Adriano Moreira, em Bragança. O objectivo é manter viva a tradição dos mascarados, numa altura do ano que está bastante patente em muitas aldeias transmontanas. Tozé Vale, de Vila Boa, Vinhais, faz máscaras em madeira e algumas contam histórias. “São máscaras em madeira de castanho. São seis máscaras com história, porque são máscaras que já foram usadas centenas de vezes, neste momento até já estão na reforma, só quando é para exposições é que saem de casa. Fazem um bocadinho parte de mim, porque duas ou três delas foram aquelas que eu usei durante muito tempo”.
Algumas máscaras expostas são também de Isidro Rodrigues, da Aveleda, Bragança. O artesão tem por base a máscara tradicional usada pelos caretos da aldeia. “Utilizo sempre a lata ou latão, qualquer tipo de metal, para fazer a máscara. Em Aveleda a máscara da Festa dos Rapazes foi sempre máscara em lata e, partindo daí, vou inovando. Posso fazer um olho vazado, arredondado, o nariz é que tento sempre ser triangular em aresta, que é típico de Aveleda, assim como o queixo em bico, embora eu apresente outras máscaras de queixo quadrado”.
Também Miguel Moreira e Silva expos o seu trabalho. Faz máscaras há mais de 30 anos. Na exposição podem ser vistas algumas das suas mais tradicionais, mas também alternativas. “Umas têm um caracter mais tradicional com base no modelo de Podence. Tenho também umas em cobra, outra mais moderna e tenho mais duas da Morte e do Diabo noutro género plástico mais definido”
A exposição “Máscara, o outro eu” vai estar patente até 22 de Janeiro. Participam 19 artesãos, das quais três são mulheres. Uma forma também de valorizar o trabalho da mulher na tradição, dando assim continuidade ao tema desenvolvido no evento da Mascararte que decorreu no final de Novembro.
Escrito por Brigantia




