Alheira de Mirandela só pode agora ser produzida no concelho

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Seg, 11/01/2016 - 12:13


  A partir de agora, a “Alheira de Mirandela” só pode ser produzida no concelho. Uma ambição antiga dos produtores locais certificados, que se concretiza com a atribuição definitiva, no passado sábado, por parte da União Europeia, de Indicação Geográfica Protegida (IGP).

O autarca de Mirandela e os produtores de alheira certificada fala numa vitória para Mirandela e para o seu produto ex-libris, mas também um enorme desafio para o futuro do sector.Depois de longos anos de espera, finalmente a União Europeia atribuiu a Indicação Geográfica Protegida à “Alheira de Mirandela”, que só pode ser produzida no seu concelho.
Desde 1996, a Alheira de Mirandela, tinha um registo provisório de Especialidade Tradicional Garantida (ETG) que não faz referência a uma origem e que podia ser produzida em qualquer parte do país, desde que estivesse de acordo com o caderno de especificações.
Em 2006, começou o longo processo de tentar passar o produto a Identificação Geográfica Protegida, com a Associação Comercial e Industrial de Mirandela, entidade gestora da Alheira de Mirandela, a entregar o dossier ao Ministério da Agricultura. Só em 2011, o processo dá entrada na União Europeia. Em Janeiro de 2014, é dado o estatuto provisório e agora o definitivo.
Para o presidente do Município de Mirandela, António Branco, "esta é uma importante vitória para o setor , mas também um enorme desafio para os produtores".
A IGP limita a produção ao concelho e "vai acabar com as falsificações", na ótica de Pedro Caldeira, um dos proprietários da empresa Topitéu, uma das quatro fábricas que produzem alheira de Mirandela certificada
De igual modo, Sónia Carvalho, proprietária das alheiras “Angelina” frisa a importância deste reconhecimento que "deve servir de incentivo às pequenas unidades".
"Acima de tudo é uma vitória do produto ex-libris de Mirandela", adianta Rui Cepeda da empresa “Eurofumeiro,
A Alheira de Mirandela movimenta cerca de 30 milhões de euros por ano e emprega mais de 500 pessoas. Desde o passado sábado, passa a ter o estatuto de IGP. Entretanto, O grupo parlamentar do PSD avançou, na passada sexta-feira, com um projeto de resolução na Assembleia da República, a exigir um pacote de apoios financeiros aos produtores de alheiras transmontanos para fazer face aos enormes prejuízos devido ao problema de botulismo identificado numa só marca (origem transmontana), mas que levou a uma atitude de rejeição daquele enchido de fumeiro, pelos consumidores. José Silvano, deputado do PSD, eleito por Bragança, justifica esta iniciativa legislativa com os milhares de prejuízos causados a cerca de duas centenas de proditores da região Uma linha de crédito de 30 milhões de euros e a redução do IVA da alheira de 23 para 6 por cento, são algumas das medidas que os deputados do PSD pretendem que venham a ser aprovadas no Parlamento. A calendarização da discussão e votação no Paramento, vai agora ser agendada em conferência de líderes. Escrito por Terra Quente (CIR).