Autarca de Moncorvo quer centro de saúde aberto 24 horas e diz que município pode ajudar a financiar

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Qui, 04/12/2025 - 10:19


Em entrevista à Rádio Brigantia e ao Jornal Nordeste o autarca apontou que "será uma luta deste mandato" ter o centro de saúde aberto 24h/dia e afirmou que tem de existir uma siderurgia para que a exploração mineira no concelho seja rentável.

O presidente da Câmara de Torre de Moncorvo quer que o centro de saúde da vila esteja aberto 24h/dia. José Meneses assume que esta vai ser uma das suas maiores lutas durante este mandato e garante que o município poderá ajudar a que isso mesmo se concretize, se o assunto passar por questões financeiras. “Não concordamos com este modelo numa situação fora das 22 até às 8 horas da manhã, termos que ir para o Centro de Saúde de Foz Côa e queremos, de facto, juntamente com a tutela, arranjar aqui uma solução e uma alternativa mais condigna para a população de Torre de Moncorvo. Grande parte das pessoas que vão às urgências do Hospital de Foz Côa, 50% é de Moncorvo. Isto já é um número que nós teremos que ter em consideração. E depois temos as instalações suficientes para. Falta aqui talvez um pouco de boa vontade. Também quero acreditar que não seja falta de recursos financeiros para que possamos estabelecer aqui as 24 horas por dia. Caso seja a parte financeira, a Câmara Municipal também estará aqui como parceira para assumir”, afirmou.

José Meneses considera que o Estado deve olhar de forma diferente para os concelhos do Interior no que toca à saúde mas também no que diz respeito à criação de medidas para evitar a perda populacional. Enquanto isso não acontece, admite que os executivos devem pôr em prática algumas estratégias.

Em entrevista à Rádio Brigantia e ao Jornal Nordeste, o autarca falou ainda sobre o projeto das minas de ferro. “Eu, de facto, nunca acreditei muito nessa ideia dessa empresa. Enquanto não pensarmos no modelo de negócio de uma mina propriamente dita, ou seja, de ter aqui, e neste caso, uma siderurgia que possa, de facto, sair daqui a matéria-prima já transformada, não vai trazer valor acrescentado ao concelho. Se o caminho não for por aí, eu não vejo grandes oportunidades de haver desenvolvimento. Agora, uma empresa qualquer ter a concessão, que já lhe foi retirada, mas se vier uma outra com o mesmo projeto, não vai criar nenhuma riqueza ao concelho”, rematou.

Com contas equilibradas e novos projetos em curso, José Meneses defende que o Estado deve finalmente olhar para o Interior “de forma diferente”, enquanto o município aposta em medidas próprias para contrariar a perda de habitantes e potenciar a qualidade de vida no concelho.

Escrito por Rádio Brigantia.

Jornalista: 
Carina Alves