Agricultores queixam-se de furto de azeitona

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Qua, 20/12/2023 - 09:05


Há agricultores que se queixam do roubo da azeitona. Aconteceu em Izeda, concelho de Bragança, e um produtor já apresentou queixa na GNR

Amadeu Cidres tem entre 15 a 20 hectares de olival, mas não teve que se preocupar em apanhar toda a azeitona este ano. Já que metade foi furtada. “Fui apanhar a minha azeitona e encontrei metade do olival apanhado e umas pessoas viram uns senhores de etnia cigana andarem lá. Chamei as autoridades, para verificarem o caso e fiz queixa na GNR”, contou, acrescentando que apanharam na ordem dos “500 a 600 quilos de azeitona”, o que se traduz em “700 ou 800 euros”.

O agricultor diz que não é o único lesado. Na aldeia há mais pessoas a queixarem-se, mas “têm receio de falar com medo de represálias”. “A população está a ver com uma certa apreensão, devido à impunidade que há. Há uma inacção, mesmo das autoridades. As pessoas também já têm alguma idade e não estão para se chatear e têm medo. Até porque pensam que não vale a pena, porque ninguém faz nada. Mas se ninguém fizer, eles continuam a fazer cada vez mais e acho que temos que defender o que é nosso”, disse.

No seguimento das queixas, o presidente da União das Freguesias de Izeda, Calvelhe e Paradinha Nova, Rui Simão, falou com a GNR e afixou um aviso. “Tomei a iniciativa de ter uma conversa como senhor comandante do Posto da GNR de Izeda e garantiu-me que a partir desse momento a patrulha da GNR estaria sempre disponível para ir aos locais onde houvesse pessoas apanhar azeitona ilegalmente, desde que para isso fossem alertados. Fiz então um edital público onde avisava os infractores de que era expressamente proibido apanhar azeitona em modo de rebusco, a não ser a partir do final da campanha”, explicou.

Desde 1 de Janeiro até 30 de Novembro, o Comando Territorial da GNR de Bragança registou 2356 crimes. O ano passado, ao longo do ano todo, foram registados 2364, ou seja, menos 8 crimes que o ano passado, mas o mês de Dezembro ainda não está contabilizado. De acordo com Edgar Mazeda, da GNR de Bragança, o distrito é seguro. “Os números estão estabilizados, não há grandes variações em relação aos anos anteriores. Pode haver um aumento ou ligeiro decréscimo da criminalidade, mas são números pouco expressivos”, referiu.

Em relação ao ano passado, verificou-se um aumento das burlas, de ofensas à integridade física e crimes contra a Guarda. Edgar Mazeda desvalorizou o aumento, dizendo que se deve à sensibilização das pessoas para apresentar queixa.

Segundo o Comando Territorial da GNR de Bragança, foram ainda detidas 456 pessoas em 2022 e 402 durante os 11 meses de 2023.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais