Delegado Regional de Educação do Norte rejeita acusações dos autarcas

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Sex, 19/09/2014 - 19:36


  O Delegado Regional de Educação do Norte, que foi acusado várias vezes pelos autarcas da região de não ter tido abertura para os ouvir no processo de encerramento de escolas, disse esta manhã em Bragança,  que a decisão do Ministério da Educação foi tomada com base no diálogo com os autarcas.

Apesar de considerar que as preocupações dos autarcas foram ouvidas pelo Ministério da Educação, Aristides Sousa, sublinha que as autarquias também têm que perceber a necessidade de tomar medidas que proporcionem melhores condições para os alunos.
“Eu não critico os autarcas que foram nossos parceiros, reunimos com todos e houve uma acta que foi assinada por todos. Certamente que alguns terão uma visão mais próxima da administração, outros tê-la-ão mais distante mas é neste processo de diálogo e de construção que todos estamos a tentar encontrar as melhores soluções”, salienta o delegado regional.
Aristides Sousa diz mesmo que os interesses dos autarcas e a visão que estes têm da educação nem sempre coincide com aquilo que o Ministério da Educação considera que é melhor para os alunos.
“Os autarcas legitimamente defendem as suas populações mas têm uma visão da educação e um conjunto de interesses, que são legítimos, mas não coincidem forçosamente com os do Ministério da Educação. O Ministério olha para todos estes territórios do interior tendo em conta aquilo que são as particularidades locais mas, também ciente de que há um conjunto de objectivos a seguir para criar as melhores condições para os alunos”, acrescenta Aristides Sousa.
Apesar de este ano não ter encerrado nenhuma escola no concelho de Bragança, o presidente do Município mostra-se preocupado com as distâncias que os alunos têm de percorrer, após terem encerrado mais de 240 escolas no distrito, desde 2005. Hernâni Dias deixou esta manhã o alerta ao Delegado Regional de Educação do Norte, para que no futuro essas situações possam ser consideradas pelo Ministério da Educação.
“A preocupação tem de ser de conseguirmos boas condições e conseguirmos dar o melhor ambiente de estudo e de aprendizagem aos alunos que, mesmo estando no meio rural possam ter um espaço próprio próximo das suas habitações, dos seus encarregados de educação, dos seus familiares e do seu ambiente normal para que os alunos tenham sucesso escolar”, realça o autarca.
Em resposta, o delegado, Aristides Sousa, lembra que as Câmaras Municipais têm desde 2003 a competência da Carta Educativa e da Rede Escolar, e que devem adaptar esses instrumentos de planificação à realidade de cada concelho.
Declarações à margem do I Encontro de Boas Práticas Educativas, que decorre até amanhã em Bragança e reúne 300 professores de vários pontos do país. Escrito por Brigantia