Sex, 24/04/2015 - 11:12
Ao que tudo indica a árvore infestada que está a ser analisada pelos serviços do Ministério da Agricultura terá vindo de Espanha. José Laranjo, Presidente da Associação Portuguesa de Castanha – a RefCast, acredita que a origem da vespa está em Castanheiros novos importados e não certificados.“Foram encontrados focos em Castanheiros novos, da última plantação, e preocupa-nos todos os castanheiros híbridos importados. O nosso alerta vai para estes novos soutos que estão espalhados por todo Trás-os-Montes. O problema é a entrada da praga numa região”, sustenta. O também docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro deixa por isso o alerta para que todos os produtores com novas plantações verifiquem as plantas e procurem anomalias nos rebentos. “Os agricultores que fizeram plantações este Inverno com castanheiros importados devem estar atentos e contactarem as associações, juntas de freguesia, as delegações do Ministério da Agricultura, ou a UTAD e o Instituto Politécnico de Bragança, o que é preciso fazer nesses soutos (infestados) é cortar as partes novas e queimar as partes infestadas”, esclarece. A produção de castanha gera um rendimento anual entre 50 a 60 milhões de euros em Trás-os-Montes. De acordo com José Laranjo, a produção pode diminuir nos próximos anos até 70 por cento se nada for feito: O director regional de Agricultura do Norte, Manuel Cardoso, admite que vai haver quebras no sector mas acredita que os efeitos da praga podem ser mitigados com as medidas que já estão a ser implementadas. “Já temos as medidas sanitárias de combate em execução, demos a informação aos produtores desde a primeira hora, e sob a direcção da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária acho que vamos conseguir com que tenha sucesso o combate a esta praga. Mas não podemos eliminá-la a 100 por cento, e é expectável que haja uma diminuição de produção”, afirma.O combate inicial faz-se com a inutilização de todas as galhas infestadas com as larvas, e que vão eclodir a partir de Junho, sendo este período crítico para eliminar os parasitas. O plano de acção para combater a vespa do castanheiro foi criado o ano passado com a detecção dos primeiros casos no Minho, e implica a delimitação das zonas infestadas e a criação de uma zona tampão para evitar a propagação. O combate é feito com recurso a tratamento biológico. A Direcção Regional de Agricultura alerta ainda que não há qualquer pesticida que elimine a praga que provoca a redução do crescimento dos ramos e da frutificação, podendo levar ao declínio da árvore. Escrito por Brigantia.