Verdes questionam desmantelamento da Linha do Tua

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Sex, 11/12/2009 - 12:22


“Os Verdes” apresentaram, na Assembleia da República, um requerimento a pedir esclarecimentos ao Governo sobre o eventual levantamento dos primeiros quatro quilómetros de carris da linha ferroviária do Tua, nos primeiros dias do próximo mês de Janeiro. Um rumor que está a preocupar aquele partido ecologista.  

Segundo a deputada Heloísa Apolónia, circula, em Mirandela, a informação de que o levantamento dos primeiros quatro quilómetros de carris da linha do Tua pode acontecer já no início de 2010, pelo que a deputada, revela, em comunicado, que avançou com essa pergunta ao Governo, porque a confirmar-se, ela torna-se profundamente preocupante, diz aquela deputada, designadamente porque a construção da barragem do Tua implicava, de acordo com a Declaração de Impacte Ambiental favorável condicionada, a concretização de vários pressupostos, entre os quais o, previsto no caderno de encargos, de apresentação de uma linha ferroviária alternativa à hoje existente.

 

Ora, nada disso se conhece, nem de nada disso se fala, refere aquela deputada que considera estranho o facto destas informações circularem justamente na altura em que decorre a Conferência de Copenhaga, que visa estipular metas de combate às alterações climáticas, metas que, segundo “Os Verdes” nunca poderão ser cumpridas sem que os Estados tomem medidas internas ao nível dos focos de maior emissão de gases com efeito de estufa.

 

Ora, um dos maiores focos de emissões é justamente o sector dos transportes e o paradigma da mobilidade completamente centrado no sector rodoviário.

 

A fechar, aquela deputada refere que a gravidade desta decisão, caso se venha a confirmar, é tanto maior quanto ainda há cerca de um mês um estudo independente da União Europeia veio confirmar que o Programa Nacional de Barragens, das quais a barragem do Tua é um dos projectos seleccionados, vai contribuir para uma maior degradação da qualidade da água em Portugal e que os proveitos deste Programa para o país ainda estão por provar, conclui o comunicado do partido ecologista.

Escrito por CIR