Ter, 19/05/2015 - 19:10
A directora clínica dos cuidados de saúde primários da ULS Nordeste, Sílvia Costa, salienta que actualmente não há falta de médicos no distrito mas se a situação não for revertida, isso pode acontecer no prazo de 5 anos. “Neste momento não há falta de médicos. Temos cerca de 1600 utentes por médico, um número que está dentro daquilo que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Mas vai-se pôr essa questão daqui 5 a 10 anos, em que começam a haver as reformas e a surgir os problemas. Para evitar isso, já estamos a rever a política de recursos humanos, a tentar abrir vagas. Ainda este ano entrarão, pelo menos, 2 médicos de família para colmatar as deficiências dos médicos que se vão reformar e dos que vão adoecendo”, revela a responsável. A idade média dos médicos da ULS Nordeste situa-se nos 55 e 60 anos. Actualmente 30 jovens médicos estão em regime de internato nesta instituição, prevendo-se que alguns possam vir a exercer a profissão nesta Unidade. É o caso de Raquel Meireles. Tem 33 anos, é de Arcos de Valdevez e está no último ano do internato. Gostava de ficar a trabalhar em Bragança mas admite que é necessário criar mais medidas de incentivo para fixar os jovens médicos ao interior do país. “Pedir a um jovem médico que viveu toda a sua vida no litoral que, de repente, mude a sua vida toda para o interior, se calhar não é assim tão fácil provavelmente, tendo um incentivo financeiro poderá ajudar a fixar os jovens médicos no interior”, constata a jovem médica. Já Ana Catarina Pires, natural de Bragança, está no segundo ano do internato em Medicina Geral e Familiar. A jovem de 26 anos garante que vale a pena trabalhar no distrito, pela qualidade de vida que a região oferece. “Nós temos muito mais qualidade de vida aqui e oportunidades. Os incentivos são necessários mas acho que a maioria das pessoas que vem trabalhar para Bragança gosta e quer ficar”, considera a brigantina. Para assinalar o Dia Mundial do Médico de Família, que se comemora hoje, a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar promoveu acções de divulgação do papel do médico de família em cerca de 60 vilas e cidades por todo o país, incluindo Bragança e Mirandela. Escrito por Brigantia.