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Transmontanos cépticos no uso de genéricos

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Qui, 07/08/2008 - 08:27


O Governo anunciou a descida do preço dos medicamentos genéricos em 30%. A decisão da descida já foi comunicada à Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica e também à Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos. Contudo, na região transmontana ainda há quem receie pela qualidade destes medicamentos de marca branca, mais baratos.

 

Não só utentes, como também médicos recusam-se a receitar genéricos, conforme constatámos na rua. “Faz os mesmos efeitos e é igual a um produto de marca”, considera um transeunte. “Acho que são medicamentos iguais aos outros, só que a marca é diferente”, defende outro indivíduo. “São medicamentos mais baratos, só que por vezes os médicos não os receitam esses remédios, é porque têm alguma dúvida”, considera um cidadão.

 

Berta Nunes, coordenadora da sub-região de Saúde de Bragança, lembra quais as vantagens dos medicamentos genéricos. “São medicamentos que estão há muito tempo no mercado, são mais baratos do que os originais”, explica Berta Nunes referindo que “têm a mesma qualidade que os restantes, têm todas as vantagens em serem prescritos e os doentes comprá-los, porque fica mais barato para o utente e para todos nós, que somos quem paga a comparticipação do medicamento”.

 

A própria coordenadora reconhece que possam existir dúvidas acerca destes medicamentos de marca branca, mas lembra que todos eles passam por um processo de controlo de qualidade do Infarmed. “Há algumas dúvidas se esse medicamento é tão bom como o original, ou se poderá ter alguns problemas”, considera Berta Nunes. Contudo, a coordenadora esclarece que o “Infarmed, que é quem permite a entrada de todos os medicamentos no mercado, tem um controlo sobre a qualidade dos medicamentos”. “Os genéricos, podemos garantir e o Infarmed também o garante, que são medicamentos com a mesma qualidade dos originais”, conclui.

 

O consumo dos genéricos no país subiu 26% de 2006 para 2007, mesmo assim os números colocam Portugal muito atrás no ranking europeu. O aumento do consumo de medicamentos de marca branca levou a uma poupança de cerca de 5 milhões de euros aos cidadãos e 10 milhões de euros ao Estado, só no ano passado.