Testemunho de duas sobreviventes do cancro da mama que agora ajudam quem luta para se livrar dele

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Qui, 21/10/2021 - 09:13


As brigantinas que enfrentem o cancro da mama têm uma casa feita de esperança no “Movimento Vencer e Viver”, com sede no mercado municipal de Bragança

Em Portugal são detectados, todos os anos, cerca de sete mil novos casos de cancro da mama. A doença mata cerca de 1800 mulheres por ano.

Luísa Rio, de Bragança, em 2012, foi mais um caso entre as centenas que se contaram. Depois do confronto com a realidade, valeu tudo, menos desistir. Na altura, com 43 anos, decidiu que ainda havia muito por viver.

“Comecei por sentir, apalpar, depois fiz exames e é a pior notícia que se pode ter. A palavra cancro é uma palavra muito forte para assimilar e tem que se passar por todos esses processos de tratamentos”, contou.

Luísa Rio encontrou apoio no Movimento Vencer e Viver. O grupo foi criado em 2013, por mulheres que entenderam que a cidade precisava desta resposta. É composto, agora, por cinco, em pleno activo, sendo que todas elas enfrentaram já a doença e, por isso, percebem melhor que ninguém quem esteja a passar por ela. Isilda Canedo, também é de Bragança, e é uma das fundadoras.

“Sou uma sobrevivente do cancro da mama. Juntámos um grupo de voluntários do hospital e decidimos abrir aqui um gabinete de apoio à mulher. Temos 214 pessoas inscritas, que apoiamos com próteses capilares, próteses mamárias, soutiens e todos os adereços para a mulher se sentir melhor”, explicou Isilda Canedo.

O movimento é uma verdadeira homenagem ao amor pelo próximo. As mulheres que o integram, por saberem o que custa lutar contra a doença, sentem-se verdadeiramente realizadas em apoiar quem precisa. Isilda Canedo não se deixou vencer e cá está ela para ajudar.

Tendo sido sujeita a tratamentos “muito agressivos”, Luísa Rio também ainda é seguida. Rendeu-se ao movimento quando o procurou, logo no ano em que o fundaram, e é uma das mulheres que também quer ajudar quem precisa. Ao resto das mulheres faz apenas um pedido, prevenção.

Cláudia Vaz é psicóloga na delegação de Bragança da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Também trabalha com o movimento e assinala que as pessoas estão cada vez mais atentas e sensíveis à causa.

“É estimular a população a comportamentos saudáveis e acima de tudo a prevenção, sensibilizar para rastreios. Nota-se que cada vez mais há uma procura maior pela delegação de Bragança, não só ao nível do apoio psicológico, mas ao nível o apoio social, que tem vindo a crescer”, referiu a psicóloga.

Luísa Rio e Isilda Canedo venceram o cancro mais comum entre as mulheres. Uma doença que agride um órgão cheio de simbolismo, na maternidade e na feminilidade.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves