Técnico dos Estudantes Africanos fala de perseguição e racismo no campeonato distrital de futebol

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Ter, 06/02/2018 - 15:50


Óscar Monteiro sente-se perseguido por alguns árbitros da A.F. Bragança e acusa-os de faltarem ao respeito aos seus jogadores. 

O treinador dos Estudantes Africanos fala mesmo em racismo e falta de tolerância.
“Somos três treinadores: eu, o Valdo e o Cruz que são adjuntos. Porque é que o Cruz, que é branco, pode falar o que quiser e os árbitros não lhe dizem nada? Na equipa tenho quatro portugueses que falam à vontade com os árbitros, os restantes nada podem dizer”.
O técnico dos Estudantes Africanos já se tinha queixado de alegadas situações de racismo em declarações à comunicação social, após o jogo com o Mós, e adianta que desde então recebeu várias mensagens e recados em forma de aviso.
“Recados do género que me vão colocar no meu lugar. O árbitro do jogo com o Vilariça disse ao meu adjunto, o Cruz, ‘o teu treinador foi dizer para os jornais que somos racistas, vamos ver como isto fica’”.
O técnico foi expulso no passado domingo, ao intervalo, frente ao Sendim, um jogo que os Estudantes venceram por 2-0. O árbitro do encontro foi Rui Domingues.
Óscar Monteiro diz que evitou qualquer conversa com o árbitro e que ao intervalo foi o juiz que se dirigiu a si.
“Como não encontrava motivos para me expulsar começou por dizer que ando a falar que os árbitros são racistas, que eu é que sou o racista e que não gosto de brancos. Eu disse-lhe que durmo todos os dias com uma branca e que sou casado com ela. De imediato me disse que estava expulso. Ou seja, ele foi provocar-me”.
Em entrevista à Brigantia, ontem, no programa Nordeste Desporto, Óscar Monteiro contou que em Novembro passado solicitou uma reunião com o presidente da A.F. Bragança mas que lhe pediram “para enviar um email” e que até à data ainda não teve “qualquer resposta”. 
Quanto ao presidente da A.F.B confirmou o contacto do treinador dos Estudantes Africanos.
António Ramos prometeu estar atento e analisar o processo. “É um assunto sensível e grave. É um assunto ao qual vamos levantar um inquérito e averiguar o que se passou”.

 

 

Jornalista: 
Susana Madureira