Tarefas do ciclo do linho eram desempenhadas maioritariamente por mulheres

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Seg, 09/03/2015 - 09:16


  No dia da mulher, foram recriadas em Bragança as tarefas ligadas ao ciclo do linho, desempenhadas maioritariamente por mulheres. O Teatro Municipal da capital de distrito acolheu um grupo de habitantes da aldeia de Baçal, no concelho de Bragança, que recriou a maioria das etapas ligadas à produção do linho.

Olga Mariz, de 62 anos, é uma das poucas habitantes da aldeia que ainda cultiva esta planta. Afirma que o trabalho do ciclo do linho não compensa para vender mas, fá-lo por gosto.
“Ainda cultivo linho e trato de tudo, desde preparar a terra até que chega a uma toalha de mesa. Desde garota que ajudava a minha mãe no cultivo, tecelagem, a espadar e a fiar…Comecei logo de pequena nos trabalhos do linho e adoro. Faço para mim e para os meus filhos porque compensar para vender, nem pensar”, conta Olga Mariz.
Um trabalho que vai desde a sementeira até ao momento em que se tira da água e se procedem às etapas seguintes. Uma das mais pesadas e que, por isso, é reservada aos homens é a de “maçar” o linho.
Guilherme Afonso, de 74 anos, foi o maçador desta recriação. O habitante de Baçal confessa que é um trabalho pesado e que tem de ser bem feito.
“Para a minha idade já custa um bocado. Antigamente andava-se um dia inteiro a fazer isto com o pau na mão, ao qual chamamos sardão. Tem que ser um pau duro para não massacrar o linho. Depois temos um seixo grande no chão e batemos em cima do linho até que fique desfeito. Depois passamos para o colega para o esfregar. Tem que ficar bem batido. Quando não fica bem batido, na brincadeira, as mulheres atiram com ele à cara do maçador”, descre o habitante de Baçal. O Ciclo do Linho é o tema da reportagem “Raízes” que pode ouvir hoje, aqui na Brigantia depois das notícias das 5 da tarde e ler na edição desta semana no Jornal Nordeste. Escrito por Brigantia.