Sex, 16/10/2009 - 10:23
Vasco Veiga considera que se os agricultores criassem uma espécie de cooperativa seria mais benéfico para o negócio, pois não implicaria tanta logística.
“Se houvesse uma associação por freguesia de concentração de castanha, para nós era muito mais fácil e é isso que eu apelo, que os agricultores se associem, pois ganhavam muito dinheiro” refere.
A região da Terra Fria Transmontana produz cerca de 30 a 40 mil toneladas de castanha.
A Sortegel pretende transformar este ano cerca de seis mil.
O administrador da empresa garante que já há dinheiro para pagar aos produtores. “Este ano foi um ano mau do ponto de vista agrícola” afirma. “A batata está a um preço de lástima, tal como o cereal e a pecuária que não dá rendimento, por isso decidimos ajudar os agricultores pagando a pronto a castanha que aqui entregarem”. E garante que “já está na conta da Sortegel dinheiro suficiente para fazer seis, sete ou oito mil toneladas de castanha que é a grande expectativa dos agricultores”.
Em 2008, o preço médio do quilo rondou um euro e quarenta cêntimos.
No entanto, este ano prevê-se que a castanha apresente um calibre inferior.
Vasco Veiga desfaz os rumores que davam conta da venda da Sortegel por parte do grupo detentor, garantindo que a Sociedade Lusa de Negócios quer desenvolver este projecto. “A Sortegel não mudou de dono nem foi vendida, é rigorosamente do mesmo accionista, da SLN que decidiu ficar com a Sortegel” garante, admitindo, no entanto que a empresa “esteve à venda numa fase complicada para o grupo mas isso já foi completamente ultrapassado e o accionista decidiu desenvolver a empresa porque achou que tinha potencialidades de fazer dinheiro” justifica.
Apesar disso, a Sortegel registou um decréscimo no volume de vendas.
Nos últimos dois anos, a facturação caiu para quase metade fixando-se nos oito milhões e meio de euros em 2008.
Para que a fábrica não fique parada fora da campanha da castanha, a empresa quer apostar na criação de novos produtos.
“Estamos a estudar a introdução de novos produtos que traduzam valor acrescentando à castanha, como purés e cremes, isso vai permitir que possamos trabalhar o ano todo”.
Nos últimos três anos a empresa investiu oito milhões de euros para modernizar a fábrica, aumentando o espaço em armazém, criando uma ETAR para cumprir com as normas ambientais e aumentando a capacidade de, sendo que inicialmente a Sortegel transformava uma tonelada de castanha por hora, hoje transforma cinco toneladas em 60 minutos.
De salientar que durante a campanha da castanha, a empresa dá trabalho a cerca de 150 pessoas.
Escrito por Brigantia