Raça ovina mirandesa já é Denominação de Origem Protegida

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Seg, 07/12/2009 - 10:15


O cordeiro mirandês já é Denominação de Origem Protegida. Desde a semana passada que a União Europeia e o Ministério da Agricultura reconheceram o canhono mirandês como produto específico da região, que só pode agora ser comercializado pelos produtores locais.  

Francisco Rodrigues, o presidente da Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Churra Galega Mirandesa, considera que a carne sai valorizada e desta forma se evitam situações de publicidade enganosa.

 

Se a carne não fosse boa, não faziam esta publicidade clandestina nos mercados de Porto, Lisboa e Coimbra onde vendem o borrego como mirandês. Neste momento, como não estamos devidamente licenciados, temos vendido para Espanha. A carne é boa, tem boa saída e queremos que nos valorizem dentro dessa qualidade, porque o preço não é compatível.”

 

Actualmente, o preço ronda os quatro euros por quilo mas Francisco Rodrigues revela que terá de subir, pois os custos de produção subiram e os preços não acompanharam essa subida.

 

“Temos uma cooperativa constituída e é ela que vai comercializar o borrego. Têm de procurar o preço nas grandes superfícies e negociar o valor ideal”, reforça.

 

Francisco Rodrigues revela que actualmente existem menos de cem produtores registados na zona de Miranda do Douro, com cerca de oito mil animais, mas enfrentam alguns problemas.

 

“Temos associados a uma escala bastante grande, com um efectivo de 500 animais, e outros com 15 ou 20 animais. São aqueles sócios a quem a idade já não permite ir muito longe e arranjaram isso como uma maneira de passar o tempo. As grandes dificuldades da nossa pastorícia assentam em dois problemas: o minifúndio que temos e a falta de gente jovem”.

 Ora, é precisamente este fenómeno que a classificação da Raça Ovina Mirandesa como Denominação de Origem Protegida pode ajudar a combater.

Artur Nunes, o novo presidente da câmara de Miranda, está convencido que pode ajudar a surgirem mais produtores.

 

“Haverá mais gente a apostar na raça e Miranda também sai valorizado. A ideia é ter mais produtores, mais gente a acreditar que tem ali um bom produto.”

 

A carne de ovino de Raça Mirandesa é agora um produto protegido por lei e reconhecido pela União Europeia e pelo Ministério da Agricultura e Pescas. Uma luta de quase uma década dos produtores transmontanos.

Escrito por Brigantia