Protestos de trabalhadores no Hospital de Bragança

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Sex, 16/10/2009 - 10:26


O sindicato dos trabalhadores da Indústria de Hotelaria e Turismo do Norte acusa o hospital de Bragança de não querer integrar seis trabalhadores que prestam ali serviço há cerca de dez anos. Em causa está o facto de o Hospital de Bragança ir assumir uma série de serviços que eram prestados por trabalhadores contratados pelos SUCH, os Serviços de Utilização Comum dos Hospitais. 

Um representante do sindicato reuniu esta quinta feira de manhã com os trabalhadores, para fazer um ponto da situação.“Há seis trabalhadores estão numa insegurança total. Uns, assinaram um contrato a termo incerto. Outros, estão numa situação em que se o SUCH deixa o serviço, a administração diz que não toma conta deles e, por isso, têm de ir para Mirandela, Macedo de Cavaleiros ou têm de se ir embora. Isto é incompreensível porque de acordo com a lei, quando alguém toma conta de um serviço tem de tomar também conta dos trabalhadores”, diz, dizendo que o concurso feito pelo CHNE para admitir trabalhadores “não tem cabimento nenhum”. Francisco Figueiredo pede agora uma reunião com a administração do CHNE. Um encontro para o qual António Marçoa, um dos membros do conselho de administração, se mostrou disponível. Ainda assim, garante que foi constituída uma bolsa de recrutamento e os seis trabalhadores não concorreram por opção própria e que os postos de trabalho não estão em causa.“Admitimos estes sete, os outros oito são por fazes. À medida que formos admitindo gente, eles podem também ser admitidos”, revela. “Neste momento, fez-se concurso para nove, dos quais admitimos sete. E não obstantes termos informado que havia a bolsa de recrutamento, seis não concorreram.” 

Já Luísa Vaz, uma das trabalhadoras, queixa-se ainda de fazer serviços para os quais não foi contratada.

“Somos empregadas de limpeza mas exercemos funções de auxiliares de acção médica. Desde 2003 queremos resolver este problema mas ninguém quer falar connosco. Pedimos reuniões, mas não vêm; pedimos a intervenção da Inspecção Geral do Trabalho, mas não fez nada. Houve estes concursos, meio camuflados, porque nos foi informado que saía nos sites mas quem não tem computador tem de pedir emprestado e estar sempre ligado”, explica garantindo que não concorria. “Estou há dez anos na empresa como empregada de limpeza mas a exercer funções de auxiliar de acção médica, como sabem os enfermeiros, médicos e os próprios doentes. Não vou assinar um contrato a tempo incerto quando pode haver uma transição de imediato para o hospital.”

 

António Marçoa garante que todos os trabalhadores estão a ser contratados ao abrigo da lei.

“Neste momento, os contratos que estamos a fazer são de assistente operacional, que, pela legislação actual, abrange os dois tipos de função.”

O administrador recusa ainda a ideia de falta de publicitação do concurso.

Escrito por Brigantia