Seg, 15/06/2015 - 10:56
Uma forma de marcar esta meta foi a realização do II Seminário Internacional de Inteligência Emocional, que decorreu esta sexta e sábado, no IPB, em Bragança.
Para a organizadora do ciclo de palestras, Maria Augusta Veiga, este é um assunto ainda pouco explorado e que deveria ser incluído na formação das crianças para os ajudar desde cedo a gerir as emoções.“Em Portugal é muito pouco explorado este tema. Temos centenas de escolas em que os alunos têm várias literacias, mas não aprendem aquilo que pode ser essencial e que os pode libertar de problemas muito graves, que é regular as próprias emoções”, sustenta a coordenadora da pós-graduação em Educação Emocional.Para a docente, doutorada nesta área, é preciso fazer uma “grande frente de batalha para que haja vontade política e espaço” para incluir esta temática nos currículos programáticos desde o pré-básico até ao Ensino Superior”.
Um dos temas debatidos no seminário foi a forma como se lida com as crianças com carências afectivas ou vítimas de abuso sexual. De acordo com Zélia Caçador, investigadora da Universidade do Minho, a medicação é muitas vezes usada de forma abusiva nestes casos.“Esses maus tratos e negligência causa sequelas, em idades muito precoces sabemos que há atrofia do Hipocampo, que controla as emoções”, adianta Zélia Caçador. No caminho para tentar lidar com esses traumas as crianças podem revelar comportamentos de hiperactividade ou dificuldades de concentração ou aprendizagem. Perante este cenário, de acordo com a investigadora, é aplicada a medicação. “Nalguns casos necessária, mas em muitos parece estar a haver um uso abusivo de medicação, para controlar comportamentos de crianças, quando se calhar temos é de ir à raiz do problema”.Temas como a gestão de competências emocionais nas crianças ou em contexto organizacional foram abordados nos dois dias de seminário acerca da inteligência emocional. A pós-graduação do IPB pioneira nesta área, reabre no próximo ano lectivo com 15 vagas. Escrito por Brigantia.