Qua, 24/06/2015 - 11:28
Na sua passagem por Bragança, esta semana, o próprio presidente do IEFP, Jorge Gaspar frisou que há uma tendência de descida do desemprego a nível nacional, incluindo no distrito de Bragança, desde o primeiro trimestre de 2013. “Desde o primeiro trimestre de 2013, há cerca de 2 anos, que essa descida acontece. Mas não é só a descida do desemprego, que se tem verificado, mas também a criação de emprego. Temos vindo a trabalhar directamente com as empresas e com as instituições públicas, nomeadamente com a Câmara Municipal, no sentido de dotar o distrito e a região de infra-estruturas formativas que sejam adaptadas ao mercado de trabalho e que possam servir, não só para corresponder às necessidades das empresas que já cá estão mas também antecipar necessidades futuras de empresas”, frisa o responsável. No entanto, analisando os dados dos últimos 4 anos, verifica-se que houve um aumento de cerca de 10 por cento da taxa de desemprego. Segundo os dados disponibilizados pelo IEFP, em Abril deste ano havia 7538 desempregados no distrito, mais 724 do que no período homólogo de 2011. Uma situação que preocupa Filipe Costa, da direcção regional do PCP de Bragança, que critica o facto de estes mesmos dados terem sido disponibilizados recentemente pelo primeiro-ministro, na sua passagem por Bragança, que garantiu que o desemprego diminuiu. Filipe Costa acusa o governo de uma atitude falaciosa, mentirosa e propagandista. “ O governo quis fazer passar a ideia de que o desemprego está a descer no distrito mas olhando para os mesmos dados que o governo disponibilizou, o que verificamos é uma realidade completamente diferente. Muitas vezes não é necessária a consulta dos dados objectivos para se perceber que a região está mais pobre, que o desemprego aumentou, que há menos gente na região. Quem anda na rua, consegue facilmente constatar isso. Esta atitude parece-me falaciosa, mentirosa e propagandista, tendo em conta as eleições que estão aí à porta”, sublinha o comunista. Outro dado preocupante para o PCP é o facto de os desempregados de longa duração representarem mais de 50 por cento do total. “Muitos dos desempregados são colocados em formações e contratos, desaparecendo dos números do desemprego mas que no final desse contrato não ficam a trabalhar, sendo substituídos por outras pessoas na mesma situação”, frisa Filipe Costa.
Segundo os mesmos dados disponibilizados pelo IEFP , em Abril deste ano houve 623 novos desempregados no distrito de Bragança, e desses só 17% encontrou emprego, ou seja, 108. Foram mais 44 pessoas desempregadas face ao período homólogo do ano passado, em que 579 pessoas se inscreveram no IEFP, e dessas só 68 conseguiram ingressar no mundo do trabalho. Escrito por Brigantia/Onda Livre (CIR).