Padre Bento preocupado com demora no processo de acolhimento de crianças

O padre José Bento considera que quanto mais cedo as crianças tiverem o apoio da instituição, melhor será a ajuda prestada. “Hoje as crianças são sinalizadas e demoram muito tempo a ser acolhidas. Isto leva a que a Fundação comece a acolher jovens com 16 ou 17 anos. A maioria das vezes, estes jovens estão connosco até aos 18 anos, e com esta entrada tardia para a instituição não se consegue fazer grande trabalho. Nessa idade, os jovens já têm a sua personalidade construída e não estão tão receptivos a serem ajudados. Essa é uma grande preocupação que nós temos. Antigamente, as crianças vinham para a instituição com 6 ou 7 anos, hoje a idade de acolhimento estendeu-se bastante, o que traz muitas dificuldades”, constata o director-geral da instituição. O responsável critica o facto de dar demasiadas oportunidades às famílias. O padre José Bento sublinha ainda que, hoje em dia, as famílias também são acompanhadas por técnicos, de forma a reintegrar as crianças no seio das famílias lamenta que ainda haja algum receio em recorrer a este tipo de instituições. “O acolhimento não é mau. Mau, é quando há negligencia, quando há maus tratos, quando não há o devido acompanhamento destas crianças e jovens e quando as deixamos entregues a si mesmas. Mau, é quando elas estão sinalizadas durante 10 anos pelas entidades competentes e não é feito nada e só depois, aos 16 anos, é que querem fazer alguma coisa. Julgamos que é este tipo de lógica de intervenção que tem de, necessariamente, ser alterada por uma lógica de intervenção muito mais equilibrada e que esteja sempre na defesa do superior interesse da criança”, frisa o responsável. O Patronato de Santo António está a comemorar 75 anos de existência. O ponto alto das comemorações foi no passado sábado com várias actividades, destacando-se um passeio solidário pelas ruas da cidade de Bragança e a inauguração de um monumento escultórico alusivo ao aniversário. Escrito por Brigantia.