Onze anos e meio de prisão para homem acusado de tentar matar dois militares da GNR

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Seg, 18/11/2013 - 20:14


O Tribunal de Carrazeda de Ansiães condenou a onze anos e meio de prisão efectiva um homem de 35 anos por tentar matar dois militares da GNR, com uma caçadeira.

O indivíduo terá agido por vingança, depois de ter sido detido por conduzir uma viatura com matrícula falsa e de ter ameaçado os militares com uma faca. Os dois militares ficaram feridos, um deles com gravidade.O caso remonta a 21 de Setembro de 2011, quando uma patrulha da GNR de Carrazeda de Ansiães, numa acção de fiscalização de trânsito, interceptou a viatura conduzida pelo arguido.Como não apresentou os documentos de identificação do veículo, foi-lhe solicitado que os entregasse posteriormente. Já no posto da GNR, os elementos da patrulha verificaram que a matrícula era falsa e referente a uma viatura que tinha sido furtada em Andorra.Perante estas informações, ao início da tarde desse dia, foi montada uma operação policial. Ao ser abordado por cinco militares da GNR, o arguido apareceu munido de uma faca avançando em sua direcção tentando impedir que fosse efectuada a verificação das discrepâncias das matrículas e posterior apreensão da viatura.Apesar de ter sido ordenado ao arguido que pousasse a faca no chão, este ainda ameaçou que matava um dos militares. Após alguma insistência, Daniel Araújo acabou por entregar a faca à mãe, também arguida neste processo. O arguido foi detido e algemado, enquanto a viatura foi apreendida, mas como houve recusa de entregar as chaves foi necessário recorrer a um reboque.Nessa altura, a mãe e a irmã de Daniel Araújo procuraram impedir que a viatura fosse carregada e insultaram os agentes da autoridade. Após o primeiro interrogatório judicial, o arguido saiu em liberdade. Na madrugada de 23 de Setembro, poucas horas depois de ter sido libertado, Daniel Araújo deslocou-se ao Lugar de Pinheiro Manso (Carrazeda de Ansiães) munido de uma arma caçadeira.Aí aguardou pela patrulha da GNR, com dois dos militares a quem insultou, que se fazia transportar num jipe, e pela retaguarda, a cerca de 40 metros de distância, disparou um tiro de zagalote que provocaram ferimentos graves num dos braços e zona lombar a um dos militares, que necessitou de intervenção cirúrgica, enquanto o outro militar foi atingido na cabeça por estilhaços de vidro da porta traseira do jipe.A pena é o resultado do cúmulo jurídico dos vários crimes de que estava acusado: homicídio qualificado, na forma tentada, ameaça agravada, injúria agravada, detenção de arma proibida e falsificação ou contrafacção de documentos.O arguido foi ainda condenado a pagar uma indemnização de cerca de três mil euros ao Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real) e a um dos militares.

A mãe e uma irmã do arguido também foram condenadas a pagar uma multa de 900 euros, cada, pela autoria de três crimes de injúria agravada.

Escrito por Terra Quente (CIR)