Qui, 23/02/2012 - 11:17
Numa cerimónia que contou com a presença do Ministro da Saúde, Jorge Nunes deixou seis apelos ao governante.Entre as prioridades estão a manutenção do helicóptero do INEM 24 horas por dia, a questão do transporte dos doentes, a criação de novas valências no distrito e, sobretudo, o reforço do financiamento da ULS.“Sem se resolver essa questão não se resolvem as fragilidades do sistema”, disse, apontando “respostas prioritárias que têm de ser dadas e a cardiologia é uma dessas”, perante situações em que temos concelhos em que a taxa de mortalidade por AVC ou enfartes é 2,7 vezes superior à média nacional. “Temos duas opções. Ou resolvemos o problema ou deixamos as pessoas morrer mais cedo”, sublinhouO autarca social-democrata apontou as estatísticas que revelam que “a taxa de mortalidade no Nordeste Transmontano em doentes de enfarte ou AVC é 58 por cento superior à média nacional e no concelho mais afastado dos hospitais de referência, Freixo de Espada à Cinta, é 2,7 vezes superior”.As especialidades mais próximas ficam a mais de 100 ou 200 quilómetros, em Vila Real ou no Porto, e até em casos de urgência as distâncias têm custos para os doentes, pois as ambulâncias de emergência médica transportam o doente para o hospital e regressam à base, “ficando o doente sem transporte público e por conta própria apôs a alta médica”.Jorge Nunes sublinhou que muitos destes cidadãos, já de idade avançada, com pensões de miséria de valor médio de 255 euros, são obrigados a pagar 125 euros a um táxi se o regresso for para Freixo de Espada à Cinta, ou 150 se for durante a noiteMas o ministro da Saúde acabou por fugir com o rabo à seringa. Mostrando ignorância nalgumas matérias, Paulo Macedo deixou entender que não há mais meios para a região e esquivou-se a tirar dúvidas como a do helicóptero do INEM ou a esclarecer a questão do transporte de doentes.“Em termos técnicos, duvido muito que deva haver serviços de cardiologia em todos os hospitais do país. Não é por estar a 200 quilómetros. Há especialidades que precisam de dimensão”, frisou.Ou seja, o ministro da saúde parece ter escolhido a segunda opção deixada por Jorge NunesJá António Marçôa, o novo presidente da ULS, também pediu mais meios devido às condições do distrito, com uma área muito grande e dispersa.
E deixou algumas promessas.
“A nossa realidade exige a aplicação de recursos acrescidos, nomeadamente em transportes e recursos humanos, alguma redundância de serviços e instalações”, disse. “Todavia, não nos esconderemos nesta realidade para não agir. Aumentaremos a produtividade da ULS, eliminaremos desperdícios, sem que tal nos impeça reconhecer a necessidade de discriminação positiva para a ULS do Nordeste.”
Pouco satisfeito com as respostas, ou falta delas, do ministro da saúde, ficou Jorge Nunes, que promete continuar a lutar por melhor saúde no Nordeste Transmontano, pois é uma área vital para combater a desertificação.
No final da cerimónia, o ministro da saúde fez ainda uma visita ao hospital de Bragança, para a qual os jornalistas estavam convidados mas de onde acabaram expulsos por um dos assessores de Paulo Macedo.
Escrito por Brigantia (CIR)