Mogadouro recebe 2º Congresso Português de Fauna Selvagem

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Sex, 23/05/2008 - 08:23


A Casa da Cultura de Mogadouro acolhe até Domingo o 2º Congresso Português de Fauna Selvagem, organizado pela WAVES Portugal, Sociedade Euro-Mediterrânica de Vigilância de Fauna Selvagem.

Começou ontem ao final do dia, tem cerca de 100 inscritos e o objectivo é reunir investigadores, especialistas e estudantes em Mogadouro. Henrique Pereira, secretário da WAVES Portugal, explica o porquê da escolha desta vila. “A ideia de fazer um congresso em Mogadouro está relacionada com o facto, que do ponto de vista natural, esta vila é extraordinariamente rica, nomeadamente o Parque Natural do Douro Internacional e em simultâneo as Arribas Del Duero que estão do outro lado”, esclarece Henrique Pereira, referindo que “ também temos um pouco a noção e a consciência de que é necessário que o próprio interior seja animado por um conjunto de acções, na medida em que a própria ciência e o próprio conhecimento da fauna e das espécies existem sobretudo nas regiões do interior”.

  

O responsável acrescenta que no Parque Natural do Douro Internacional existem ainda várias espécies de animais selvagens, talvez por ser uma zona pouco habitada. “Há um conjunto grande de espécies que, devido à ausência ou pouca presença da industrialização e de pessoas, nós temos efectivamente, do ponto de vista emblemático, como a águia-real, o lobo ibérico, os grifos e os abutres”, salienta o secretário da WAVES Portugal. “Vamos ter o prazer de ter técnicos do PNDI a falar sobre os estudos e o acompanhamento que têm sido feito em muitas destas espécies e vamos trazer também para a praça pública algumas das discussões que são mais prementes do ponto de vista actual”, assinala Henrique Pereira.

  

O Congresso vai contar com técnicos portugueses, espanhóis e italianos que vão abordar temas como o uso sustentável dos recursos biológicos, a fauna selvagem e a saúde pública. E o primeiro módulo, esta manhã, foi destinado ao “planeta e cidadania”, sendo focada a questão do aquecimento global.

 

Um assunto, que segundo o secretário da WAVES é polémico, uma vez que vivemos numa aldeia global. “É um concelho que tem pouca industrialização, que do ponto de vista humano não é fortemente povoado e não contribui fortemente para o crescimento global”, sublinha o responsável acrescentando que “temos de ter em conta, que as questões do crescimento global, da poluição e da radiação não se podem encarar fechadas a um concelho, são de âmbito global”. “Dou um exemplo muito simples: o grande desastre de Chernobyl, na antiga União Soviética, onde houve um conjunto de países europeus que foram afectados pelo desastre”, recorda Henrique Pereira.  

 

Cada inscrito pagou 60 euros para participar.

 

No Domingo, último dia do Congresso de Fauna Selvagem, o dia está reservado para visitar a Estação Biológica Internacional de Cozcorrita e fazer um cruzeiro ambiental de barco no Rio Douro, em Miranda.