Lídia Praça lança livro "50 noites de Abril" apresentado pelo Capitão de Abril Vasco Lourenço no Festival Literário de Bragança

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Sex, 24/05/2024 - 11:46


“50 noites de Abril” é o novo livro da brigantina Lídia Praça, apresentado, ontem, no Festival Literário de Bragança

A obra tem como contexto histórico as reuniões conspiratórias que aconteceram entre Setembro de 1973 a Abril de 1974. Mas a curiosidade pelo pós-revolução levou a escritora a querer saber mais. “As 50 noites de Abril são aquelas 50 madrugadas que desde 74 até 2024 ocorreram e em que eu me perguntava e perguntei a muitos Capitães de Abril que conheço, ‘sei que na madrugada de 74 não dormiram, mas a partir de aí como foram estas noites?’. Isso é uma coisa que comecei a explorar neste livro”, contou.

O livro vem no seguimento da obra lançada anteriormente, “São Flores de Amor, os Cravos de Abril”. Um trabalho de investigação que já decorre há quatro anos. “Ao fazer estas investigações, cada vez me apaixono mais pela temática de Abril”, acrescentou.

O livro contou com a apresentação do Capitão de Abril e ex-militar da comissão política do MFA, Vasco Lourenço, que foi também homenageado. Recorda as 50 noites de Abril como momentos de intensidade. “Foram momentos intensamente vividos. Continuo apaixonado pelo 25 de Abril, vivi-o intensamente desde o início. Olho para o espelho e não me envergonho do que vejo, mesmo os erros que tenha cometido foram cometidos sempre de forma honesta, convicto de que estava a lutar pelo melhor. Portanto, eu olho para estes 50 anos satisfeito, porque são 50 anos de liberdade e democracia”, disse.

O Capitão de Abril considera que a democrática está “com problemas de saúde” e precisa de “algumas intervenções”, mas acredita que continuará a permanecer. “Quero acreditar que vamos continuar a ter liberdade, democracia, paz, luta por uma justiça social, que infelizmente, depois de um avanço bastante qualitativo a seguir ao 25 de Abril tem regredido imenso e hoje temos novamente justiças tremendas na sociedade portuguesa, mas tem de ser em democracia que temos de lutar por maior igualdade, maior justiça, porque se não houver democracia, a justiça e a desigualdade é muito maior”, frisou.

O Festival Literário de Bragança começou na quarta-feira e termina este sábado. Este ano com o mote "Discursos Literários 50 anos 25 de Abril". 

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais