Seg, 20/10/2008 - 09:05
Tudo começou na passada quinta-feira à noite, quando Flávio Borges foi surpreendido, pelos proprietários de uma habitação de Amedo, a furtar alguns objectos.
Depois de chamados ao local, os elementos da GNR de Carrazeda transportaram o jovem para o posto da vila para posterior interrogatório que viria a durar até perto das cinco da manhã de sexta-feira.
Flávio Borges afirma que depois de ter confessado o furto na habitação, começaram as ameaças e agressões com o propósito de o levar a confessar que tinha sido o autor do furto de um autocarro e de outros carros na região, nos últimos dias.
“Acusaram-me de ter furtado um autocarro e vários carros mas eu não tive nada a ver com isso porque eu tinha sido apanhado antes a furtar uma casa” conta o jovem. “Um agente espancou-me com um pau e com a arma, atiraram-me um telemóvel à cara e meteram-me um pau com óleo na boca para que eu dissesse que tinha sido eu”a acrescenta Flávio Borges.
O jovem conta que as ameaças e agressões não se ficaram por aqui. “O agente tirou o carregador da pistola e fez-me contar as balas e disse-me que atirava com uma e que me atirava de uma ponte abaixo”.
Flávio Borges diz que vai apresentar queixa ao Ministério Público contra o suposto agressor. “Espero que se faça justiça porque eu assaltei uma casa porque tinha fome e fui acusado de outra coisa e espancaram-me” refere.
Ainda segundo Flávio, terá sido negado pela GNR a possibilidade de chamar uma ambulância, sendo transportado até à sua habitação. Horas depois, um familiar do jovem viu o seu estado e chamou os bombeiros de Carrazeda de Ansiães que o transportaram ao centro de saúde local apresentando uma série de hematomas e escoriações em diversas partes do corpo.
Posteriormente foi transportado para a unidade de saúde de Mirandela para fazer outros exames complementares de diagnóstico. Deu entrada naquela unidade cerca das 21 horas de sexta-feira. Esteve em observação até às dez da manhã de sábado altura em que teve alta seguindo agora o tratamento prescrito pelos profissionais de saúde.
O comando do Destacamento Territorial da GNR de Mirandela, que coordena os postos de Carrazeda de Ansiães, Vila Flor e Torre D. Chama, apenas confirma a detenção do indivíduo em causa, tendo sido constituído arguido e que vai ser presente a tribunal esta terça-feira.
Já quanto às acusações de agressões por parte de um soldado do posto da GNR de Carrazeda de Ansiães, o mesmo comando não comenta referindo apenas que, na altura da detenção, o jovem já apresentava mazelas.