Ter, 26/08/2025 - 09:07
Os estragos, do ponto vista ecológico, são “enormes” no Parque Natural do Douro Internacional, onde arderam mais de 15 mil hectares com o incêndio que começou em Poiares, no concelho de Freixo de Espada à Cinta. José Pereira, presidente da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, diz que há prejuízos muito significativos naquilo que têm sido os esforços de conservação do abutre preto. “Tínhamos oito casais reprodutores, com cinco ninhos que tinham tido reprodução confirmada, ou seja, estavam a criar as suas crias. Desses oito ninhos, quatro arderam completamente ou ficaram muito danificados com as chamas e com o calor. Também tivemos um impacto significativo na colónia, ou seja, nos animais per si. Dessas cinco crias, a cria mais velha morreu, não conseguiu fugir, tinha todo o sistema interno cheio de fumo, deve ter morrido em voo e caiu”.
Além disso há a registar um impacto significativo num conjunto de ações que estavam no terreno. “A infraestrutura associada à estação de aclimatação dos abutres, onde estávamos a fazer um reforço populacional daquela colónia, com a libertação lenta de indivíduos jovens, ficou algo comprometida e as vedações associadas ao campo de alimentação de aves necrófagas, que estava a apoiar esta estrutura de aclimatação, também ficaram destruídas”.
Agora resta começar a agir, no sentido de recuperar o que se perdeu. “Neste momento, queremos trabalhar junto das comunidades locais para tentar recuperar o habitat natural, dentro daquilo que for possível a curto prazo, implementar algumas ações de emergência para ajudara fauna selvagem e o gado doméstico que ali foi impactado, nomeadamente disponibilização de água e de comida”.
No Parque Natural do Douro Internacional arderam ninhos, habitat e estruturas de conservação do abutre preto. Perante o impacto direto e significativo na recuperação da espécie ameaçada de extinção, a Palombar tem a decorrer, na plataforma GoFundMe, uma angariação de fundos.
Escrito por Brigantia