Sex, 13/03/2015 - 11:59
Os trabalhadores estão contra os cortes salariais e querem a redução do horário de trabalho das 40 para as 35 horas.
Segundo a dirigente regional de Trás-os-Montes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Elisabete Barreira, no Hospital de Bragança a greve dos enfermeiros nos turnos da noite foi de 97 por cento e nos turnos da manhã de 70 por cento, sendo os serviços de Urgência, serviços de Medicina e Traumatologia. Em relação à consulta externa a adesão dos enfermeiros à greve ronda os 50 por cento e faltaram muitos administrativos. Quanto aos funcionários administrativos, no Centro de Saúde da Sé e no serviço de consultas externas do Hospital houve uma adesão de 100 por cento. Alguns utentes foram atendidos pelos médicos mas muitos acabaram por ir embora, depois de verificarem que não havia ninguém no atendimento.
A Conservatória do Registo Civil e Predial de Bragança também fechou hoje as portas por causa da greve.
Na educação, o impacto da greve fez-se sentir com maior intensidade no Agrupamento de Escolas Abade Baçal, em Bragança. A escola básica do Artur Mirandela encerrou. Já na escola secundária e de terceiro ciclo a adesão à greve por parte dos assistentes operacionais rondou os 50 por cento.
Uma situação que obrigou ao encerramento do refeitório e à suspensão das actividades lectivas, garantindo, no entanto,a realização dos testes que estavam previstos para hoje.
Ao nível dos transportes municipais a adesão à greve também foi elevada, saíram apenas autocarros para quatro das 10 linhas na área rural e na cidade de Bragança saiu apenas o autocarro eléctrico. A falta de transportes levou a que muitos alunos das aldeias hoje ficassem sem meios para se deslocar à cidade para poder ter aulas.
Em Mirandela, houve uma adesão de 100 porcento nos serviços municipais de água. O dirigente de Bragança do STAL – Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local defende que os funcionários públicos não podem continuar a ser tratados como sendo os culpados da crise que o País atravessa.
“O corte nos salários, o horário de trabalho, nós pensamos que as 35 horas é um horário justo, uma luta conseguida ao longo da história. Tem que se mudar de política, porque isto leva o país à ruína, e os funcionários públicos não são os culpados desta crise, não fomos nós que vivemos acima da média como nos querem fazer crer”, afirma José Freire.
O encerramento de serviços públicos na região que põe em causa postos de trabalho é outra das preocupações de quem trabalha para o Estado.
Escrito por Brigantia