Governo desclassifica troços da Linha do Tua para permitir a implementação do plano de mobilidade

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Qua, 31/08/2016 - 09:25


É considerada por muitos a última machadada na linha do Tua. Alguns troços da Linha do Tua foram desclassificados pelo governo. O traçado entre a estação do Tua e a barragem e entre Brunheda e Mirandela foram retirados da rede ferroviária nacional, como forma de permitir a implementação do plano de mobilidade do Tua.

A medida de desclassificação de dois troços da linha do tua, os que não vão ficar submersos com o enchimento da barragem, mereceu a concordância dos municípios de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor, do Instituto da Mobilidade e dos Transportes e da Infraestruturas de Portugal, bem como, da CP — Comboios de Portugal e do Metro Ligeiro de Mirandela, empresas que exploram actualmente o serviço.

A desclassificação da rede ferroviária nacional de troços da linha do Tua que não vão ficar submersos pela barragem em construção é considerada uma formalidade necessária para que possa avançar o plano de mobilidade do vale do Tua, que está já a ser colocado no terreno pelo empresário Mário Ferreira, o dono da Douro Azul, e que se traduz num investimento de 15 milhões de euros.

Uma resolução do Conselho de Ministros, publicado ontem em Diário da República, anuncia que os troços entre a estação do Tua e a Barragem, de 1,8 quilómetros, e entre a Brunheda e Mirandela deixam de integrar a rede ferroviária nacional e que os bens desclassificados podem passar a ser exploradas “por uma entidade que se proponha fazê-lo”. 

No preâmbulo da resolução explica-se que “a exploração do serviço de transporte se apresenta hoje débil e pouco atractiva, o que a coloca em situação de insustentabilidade económica, financeira e ambiental que urge corrigir”. Considera-se ainda que “os investimentos necessários à modernização do serviço e à segurança de circulação” são “insustentáveis” e que as necessidades de transporte público “podem ser satisfeitas, em condições mais económicas para a colectividade, por outros meios”.

O documento refere que o pedido de desclassificação já tinha sido apresentado pela Refer em 2010, estando agora reunidos os pressupostos que justificam a desclassificação da linha do Tua.

O governo entende que esta é a “solução mais adequada para a satisfação das necessidades colectivas e que a sua exploração, vocacionada por razões históricas ou de interesse turístico, potencia o desenvolvimento socioeconómico e turístico da região” e é uma forma de ajudar a “cumprir o objectivo de permanente actualização da rede ferroviária nacional”. Escrito por Brigantia. 

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro