Qua, 17/11/2010 - 17:58
Elisa Afonso, a proprietária do armazém, conta que o marido só deu pelo assalto já de manhã.
“O meu marido ontem levantou-se de manhã para ver se o carro as vinha buscar, porque já as tínhamos vendidas. Mas quando chegou ao armazém, viu o aloquete cortado. Veio logo para casa telefonar à guarda. À noite a GNR ligou-nos a dizer que podíamos dormir descansados que as castanhas já estavam em poder deles.”
Elisa Afonso conta que ainda estranhou o movimento de carros durante a noite, mas nunca pensou que estaria a ser assaltada.
“Desde a meia-noite em diante andaram sempre aqui carros. Até disse ao meu marido que devia estar alguém doente, com tanto carro a passar. Mas nunca pensámos nisso, porque nunca nos desapareceu nada do armazém.”
Ao todo, foram roubadas 62 sacas, mas ainda deixaram outras 42.
Entretanto, a GNR prendeu já três suspeitos de terem praticado o assalto. São três rapazes, de etnia cigana, com idades entre os 16 e os 19 anos.
Dois deles residem em Bragança e o outro em Santa Comba de Rossas.
Mas Elisa Afonso diz que esta foi a primeira vez que aconteceu algo do género na aldeia.
“Nunca tinha sucedido nada disto. Mas também esteve para acontecer o mesmo a um senhor da estação. Ainda foram lá e arrombaram-lhe a porta, mas ele já as tinha tirado nesse dia. Mas ainda lhe levaram uns baldes ou umas cestas.”
A GNR recuperou já os dois mil quilos de castanhas que tinham sido roubadas.
Mas para Elisa Afonso foi um grande transtorno.
“Ai, meu Deus!! Nem é bem pensar como ficámos. Duas coroas que fazemos é da castanha, pois a lavoura não dá nada, nem pão nem nada. A batata já só semeamos quase para comer porque não se vende. A única coisa que temos em que tiramos dois tostõezinhos é das castanhas. E como andei a apanhá-las, doente, com dores das artroses, só eu e Deus sabemos como andei.”
Ao final de terça-feira, a GNR acabou por recuperar os dois mil quilos de castanhas roubadas, que os suspeitos estariam já a tentar vender.
Os suspeitos foram constituídos arguidos e ficaram sujeitos a termo de identidade e residência.
Escrito por Brigantia