Feira do Cebolo de Alfaião atraiu compradores e obrigou a reposição de stock

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Seg, 13/05/2024 - 08:58


Este sábado, o cebolo foi o centro das atenções na oitava feira que lhe dá nome e que atraiu compradores de várias zonas do concelho

Não há melhor cebolo do que o de Alfaião. Pelo menos é o que defendem os produtores desta pequena aldeia, que não têm mãos a medir para a procura nesta altura do ano.

Domicilia Pereira já é produtora há 30 anos e não tem dúvidas da qualidade do cebolo. “É um cebolo como é muita qualidade, não espiga, dá-se até muito tarde, porque o cebolo que compramos na feira, normalmente, em Dezembro as cebolas já estão espigadas”, disse.

Mas é cultura que dá trabalho e não é pouco… “Dá bastante trabalho. Temos que o semear, temos de o tapar para que ele nasça, porque senão não nasce tão rápido, precisa de calor a terra, precisa muito de ser regado, precisa de muita atenção quando nasce, a colher aquelas ervinhas uma a uma”, referiu Domicilia Pereira.

Outra das produtoras da aldeia é Adélia Pereira. Uma herança de família, porque produzir cebolo em Alfaião já é uma tradição. “Já o meu avô andava nesta vida. Passa de geração em geração. O meu avô andava com uma burrinha a vender, de aldeia em aldeia. Iam para Bragança fazer as feiras e vinha gente cá, até os espanhóis vinham saber do cebolo. É uma tradição de muitos anos”, disse, adiantando que os “novos querem pouco isto” e por isso é “mais difícil” passar o testemunho.

Este ano, a chuva também provocou estragos nesta cultura. As quebras foram significativas. “A produção foi fraca, porque choveu muito e desapareceu muito, mas o que ficou, ficou bom. Ficou muito grosso, está muito bom. Ainda tive bastante quebra de 30%”, referiu Adélia Pereira.

Ainda assim não faltou cebolo para vender na oitava edição da feira de Alfaião, que aconteceu no sábado. Teve até que haver reposição de stock. “Também se vende bastante cebolo na feira. São 9h e já tiveram que ir à terra buscar mais cebolo, porque vão esgotando, as pessoas vêm muito cedo à procura do cebolo”, adiantou o presidente da junta, Luís Venâncio.

Luís Filipe foi um dos transmontanos que aproveitou o certame para comprar o famoso cebolo. “Gosto de plantar cebolo na hortinha que tenho. Compro o de Alfaião, porque tem fama e normalmente sai bom. Do cebolo de Alfaião que planto sai uma cebola boa, dura bastante, o sabor é bom”, contou.

A aldeia de Alfaião tem cerca de 200 habitantes e mais de uma dezena de produtores. Alguns fizeram questão de marcar presença na feira.

A VIII Feira do Cebolo de Alfaião contou ainda com a venda de artesanato, passeios a cavalo, passeios de carros do Nordeste Automóvel Clube, apresentação do livro “Palavras do tempo e da terra” de Maria Idalina Alves de Brito, e o habitual almoço convívio.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais