Ex-coordenadora da Agenda Local 21 denuncia forças de não-coesão em Trás-os-Montes

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Qua, 25/11/2009 - 10:19


O projecto Nordeste 21, da Agenda 21 local está estagnado. Depois de quase três anos de seminários e reuniões participativas, o projecto parou por falta de financiamento. Sucedeu-se o Inovarural, que tinha financiamento vindo do PROVER, mas o resultado final pode ser o mesmo. Até porque Helena Ferreira, a coordenadora, bateu com a porta.  

Em entrevista ao jornal mensal “Cipreste”, de Macedo de Cavaleiros, a responsável diz que há muitos projectos para o Nordeste Transmontano, mas não avançam porque não há união política dos vários municípios e a empresa que lidera os programas não está preparada para gerir projectos de desenvolvimento local.

Em duas páginas, Helena Ferreira dá a sua versão do travão colocado ao Nordeste 21 e do marasmo em que poderá ficar o Inovarural, agora que está de saída.

 

Do primeiro programa resultaram vários projectos para a região, ligados à marca Trás-os-Montes e à energia, mas nenhum deles foi em frente.

Primeiro porque os autarcas não tiveram em linha de conta as ideias expressas no documento final do projecto de Agenda 21 local do Nordeste e depois porque cada um puxa para seu lado e não em prol da região.

 

“A região não se entende para ter uma agência de energia que foi conotado como um projecto emblemático para a região” refere, acrescentando que “internamente existem forças de não-coesão que comprometem o projecto”.

 

A falta de financiamento, com o QREN a nunca disponibilizar verbas para as agendas 21 locais, matou as ideias do Nordeste 21.

Por isso, criou-se novo projecto, desta vez, o Inovarural, e já com financiamento vindo do PROVER.

Mais reuniões participativas, mais ideias, mas falta uma empresa de desenvolvimento local que abranja toda a região. “A única entidade que engloba os municípios todos é uma empresa de resíduos porque as outras estão todas partidas e por isso foi ela que propôs o projecto, mas a Resíduos do Nordeste não é uma empresa de desenvolvimento local, não tem vocação nem perfil para assegurar um projecto destes” afirma.

 

Um facto que levou Helena Ferreira a sair do projecto, porque as suas ideias de desenvolvimento para a região colidiam com as da entidade promotora, ou seja, a Resíduos do Nordeste.

 

A coordenadora do Inovarural, desde 2007, saiu do projecto porque considera que ele está a tomar um rumo, que não foi o que traçou inicialmente quando abraçou o projecto.

“A situação tornou-se completamente insustentável, pois é preciso montar uma equipa e uma estrutura credível, com liderança” refere.

Helena Ferreira a dizer que não estão reunidas as condições necessárias para ficar à frente do Inovarural, que nasceu no seio do Nordeste 21, da Agenda 21 local.

Escrito por CIR