Qua, 01/04/2015 - 10:46
A maioria das ocorrências foi registada no mês passado. No concelho de Bragança, a zona mais fustigada é o Zeive, na freguesia do Parâmio, onde já se registaram quatro incêndios.
Segundo o presidente da Junta já arderam 150 hectares de floresta. Nuno Diz aponta o dedo ao Instituto de Conservação de Natureza e Florestas, que gere o Parque Natural de Montesinho, por não apostar na prevenção de incêndios florestais.
“Não temos prevenção nenhuma. Não me lembro de uma acção de sensibilização, não me lembro de uma acção de limpeza de um corta fogo, não me lembro da limpeza de um caminho, que são coisas que são essenciais. Nós antes de combater temos que prevenir, penso que ficará muito mais barato”, afirma o autarca.
Nuno Diz defende que devia haver mais meios de combate a incêndios durante todo o ano, principalmente para acudir a ocorrências dentro das áreas protegidas.
“Nós temos aqui o exemplo da vizinha Espanha, as equipas de sapadores espanhóis ajudam-nos com um helicóptero e com meios terrestres e os nossos sapadores têm uma carrinha 4x4 com pouquíssima capacidade para água e nem a roupa de trabalho é adequada para o serviço que eles estão a fazer”, realça Nuno Diz.
O autarca diz ainda que é o próprio ICNF a colocar entraves às actividades desenvolvidas pela população, entre elas a prevenção de incêndios florestais. “Nós temos visto um desinvestimento muito grande do ICNF na nossa região e estão ali com um efeito de reprimir as pessoas por limpar ou por cortar uma árvore e não se vê a fazer uma prevenção florestal como deveria ser feita”, afirma o autarca.
A Comissão de Baldios do Zeive contabiliza milhares de euros de prejuízo com os incêndios registados este ano. O presidente da Comissão, João Rodrigues, não tem dúvidas que a falta de limpeza da floresta está na origem deste rasto de destruição.“Arderam pinhos e castanho. Várias plantações de pinho que temos feito, ardeu tudo por falta de limpeza. Eu acredito que se estivesse limpo muitos hectares se teriam salvo, mas não temos tido esse apoio da parte de quem gere o Parque. Temos assistido a um abandono e temos visto hectares e hectares de pinho a arder ano após ano”, lamenta João Rodrigues. Contactado o ICNF para esclarecer estas questões não obtivemos qualquer resposta até ao momento. Escrito por Brigantia.